O anúncio foi feito pela direção nacional de Rui Rio, uma hora antes do início da sessão de encerramento, onde deveriam estar presentes o vice-presidente Maló de Abreu e o líder da distrital de Coimbra, Paulo Leitão.

“Há limites que a decência e o bom senso não permitem que possam ser ultrapassados, quer na forma, quer no conteúdo das alocuções” durante o congresso e “esses limites, tal como é seu timbre, foram, mais uma vez, ignorados pelo líder do Chega”, lê-se no comunicado.

Na nota, o PSD visa mais do que uma vez André Ventura. "Em face do conteúdo e da forma como o líder do Chega se referiu nas suas intervenções ao PSD, o Partido Social Democrata decidiu não se fazer representar na cerimónia de encerramento para a qual estava convidado".

No mesmo documento, o partido justificou a aceitação do convite para "estar protocolarmente presente no encerramento" do congresso do Chega porque essa é "a atitude que a direção nacional do PSD entende dever tomar, relativamente a todos os partidos com assento parlamentar – da direita à esquerda - sempre que recebe idêntico convite".

Os sociais-democratas, alega-se no texto, afirmaram ser “óbvio que há muitíssimas diferenças” entre os dois partidos e que, “em democracia, ninguém pode estranhar que, num congresso partidário, essas diferenças sejam evidenciadas”.

“Nós próprios sempre o fizemos em todos os nossos congressos, relativamente aos nossos adversários políticos”, continua o documento. É por isso que, se "o presidente do Chega é livre de adotar a forma, o conteúdo e a teatralização política que achar que melhor lhe convém", então o PSD "é igualmente livre para escolher a resposta que entende como mais adequada às opções seguidas pelos seus adversários".

Durante o congresso, André Ventura rotulou Rui Rio de “mau líder do PSD” e chegou a dizer que um eventual governo, sozinho, dos sociais-democratas seria idêntico a um governo do PS, de António Costa.

E desde sexta-feira que tem insistido na tese de que o Chega deve fazer “exigências” e deve “impor as condições” a um eventual acordo à direita para o Governo, com o PSD.

Durante a manhã realizaram-se as votações para os órgãos nacionais do partido - direção nacional, mesa do congresso, conselho nacional e conselho de jurisdição nacional.

À tarde, é o encerramento do congresso, com as intervenções dos convidados, designadamente de Matteo Salvini, cerca das 15:00, antes do discurso de encerramento do presidente do partido, que chegou a Coimbra já eleito em diretas, em março, a que concorreu sozinho.