“Quando os serviços de segurança pediram apoio do exército na sexta-feira, estávamos numa situação de guerra, o que já não é o caso”, disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann, num seminário sobre segurança pública em Copacabana.
Dezenas de veículos militares começaram ao início da manhã de hoje a sair da favela da Rocinha.
O exército foi chamado para fechar o acesso à Rocinha, onde vivem entre 70 mil e 100 mil pessoas, enquanto a polícia realizou operações no local para rastrear membros de gangues rivais que lutam pelo controlo do narcotráfico.
“A situação estabilizou-se. As aulas recomeçaram nas escolas, as lojas reabriram”, acrescentou o ministro brasileiro.
Raul Jungmann afirmou que a saída do exército também se deveu ao facto de que Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157, traficante de drogas envolvido nos confrontos entre gangues rivais na Rocinha, fugiu para se refugiar noutra comunidade.
“O líder do gangue que causou o conflito já não está na Rocinha, por isso, é inútil manter essas tropas lá. Se o crime se move, também temos que mudar”, disse o ministro brasileiro.
Apesar da partida do exército, as operações policiais continuaram na Rocinha, favela localizada ao lado de bairros ricos do Rio de Janeiro como São Conrado.
O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, anunciou numa conferência de imprensa, sem fornecer dados detalhados, que a força policial que patrulha a Rocinha seria fortalecida.
Um ano depois das Olimpíadas, a “Cidade Maravilhosa” vive uma onda forte de violência, com tiroteios diários, especialmente nas favelas, onde vive um quarto dos seis milhões de habitantes da cidade, muitas vezes em condições de privação.
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