“Estamos a fazer de tudo para reavermos aquelas terras”, disse Bernardino Rafael, citado hoje pela Rádio Moçambique, no âmbito de uma visita que realizou a um centro de acolhimento no distrito de Montepuez, na província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.

Segundo Bernardino Rafael, as Forças de Defesa e Segurança tudo estão a fazer para travar as incursões dos terroristas, condição para que as populações deslocadas regressem para as suas zonas de origem.

“Se um dia os distritos afetados pelo terrorismo estiverem livres, temos de regressar, sob pena de os terroristas ocuparem as nossas terras e nós sermos estrangeiros nas nossas próprias propriedades”, frisou.

O comandante-geral da PRM reforçou o apelo para maior vigilância nas comunidades, considerando que as populações são fundamentais na guerra contra os insurgentes.

“Para travar uma guerra não basta só a presença das Forças de Defesa e Segurança, os melhores combatentes, no percurso da guerra, é a população. Temos de ser vigilantes e denunciar qualquer anomalia”, declarou.

A violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, começou há três anos e está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil deslocados, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.