“Nós temos neste momento cerca de 20 toneladas de livros, portanto, serão cinco contentores cheios de livros que estamos neste momento a transportar para o Estado-Maior-General, onde serão arrumados por natureza do material para depois serem enviados para a Guiné-Bissau”, afirmou o almirante António Silva Ribeiro.

O militar contou à Lusa que a ideia surgiu quando se deslocou recentemente à Guiné-Bissau, onde o seu homólogo, general Biagué N’Tan, lhe “lançou o desafio”.

“Disse que as Forças Armadas tinham algumas escolas do ensino básico que precisavam de livros e se nós estaríamos dispostos a fazer alguma angariação desses livros de forma a podermos oferecer. Evidentemente, eu disse logo que sim”, relatou.

Embora inicialmente a campanha tenha sido dirigida aos militares portugueses e às suas famílias, a iniciativa teve repercussão fora do âmbito militar e “muitas escolas pelo país fora”, assim como particulares e até editoras, doaram livros ao longo dos 30 dias que durou a campanha.

“Foi um sucesso. Mesmo os meninos das escolas… Não imagina a quantidade de professores a quem eu já telefonei a agradecer porque houve um grande entusiasmo”, disse o almirante, mostrando vários desenhos que recebeu, feitos por alunos das escolas básicas portuguesas, sobre a iniciativa.

Perante o êxito da campanha, o EMGFA contactou o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, no sentido de identificar, com as autoridades guineenses, as escolas públicas que, além das escolas das Forças Armadas, poderão também receber livros.

Também o bispo das Forças Armadas, Rui Valério, já contactou o bispo de Bissau no sentido de se fazer chegar livros às escolas da Igreja na Guiné-Bissau, pelo que o material recolhido deverá chegar a uma diversidade de escolas do sistema de ensino guineense.

Além de manuais escolares do 1.º ao 6.º ano de escolaridade, a campanha pedia também livros do Plano Nacional de Leitura e material escolar.

Todo o material recolhido nas várias unidades militares do continente e das ilhas será agora concentrado no EMGFA, onde será arrumado, identificado e embalado.

António Silva Ribeiro estima que este processo demore cerca de um mês, após o que os contentores serão enviados por via marítima para a Guiné-Bissau.

Com esta iniciativa, a que se chamou “ajuda militar solidária”, o CEMGFA espera “contribuir para reforçar o saber dos meninos das escolas da Guiné-Bissau, (…) que é fundamental para criar novas competências”.