Os corpos descobertos mostraram sinais de tortura e ferimentos de bala após serem exumados e enviados para exame forense, avançou o vice-ministro ucraniano do Interior, Yevhen Yenin, citado pela agência de notícias Ukrinform.
“Foram encontradas mais 36 sepulturas num cemitério de Kherson. Há uma vala comum com restos mortais de soldados. No total, durante a ocupação, as morgues receberam cerca de 700 cadáveres, dos quais uma centena apresentava ferimentos de guerra”, explicou.
O vice-ministro lamentou que continuem por identificar dezenas de corpos, embora tenha garantido que as autoridades estão a recolher amostras de ADN e a fazer análises para identificar as vítimas.
As forças ucranianas já tinham encontrado valas comuns nas regiões de Izium e de Kharkiv depois da passagem do exército russo.
Em Izium, pelo menos 40 dos corpos apresentavam sinais de tortura.
A cidade de Kherson foi reconquistada pelas forças de Kiev em novembro, mas tem sido regularmente atingida por bombardeamentos russos.
As forças russas ocuparam a cidade de Kherson e toda a região circundante pouco após o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro. Quando ali chegaram, a cidade contava com 300.000 habitantes, número que tinha diminuído para 80.000 quando foi reconquistada.
Antes da retirada do exército russo, acompanhada por alguns milhares de civis, foram destruídas as infraestruturas básicas da cidade, segundo as autoridades locais.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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