Dos "mais de 2.500 locais de culto muçulmanos", 70 estão "radicalizados", declarou o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, em entrevista ao canal CNews.

Em dezembro, o seu ministério disse que 21 desses locais estavam "atualmente fechados, por prescrição administrativa, por decisão judicial, por mudança (no valor) do aluguer, por obras, ou por encerramento administrativo".

Cinco estavam "sob investigação" para um possível encerramento, incluindo o de Cannes.

"Fechámos (...) porque a acusámos de comentários antissemitas, de apoio à CCIF (Coletivo contra a Islamofobia em França) e à BarakaCity", afirmou Darmanin, duas associações que, segundo o ministro, promovem o islamismo.

Ambas foram dissolvidas no final de 2020, após o assassinato de Samuel Paty, um professor de história e geografia assassinado perto de Paris, morto por um islamista que o acusava de falar sobre as caricaturas do profeta Maomé para a sua turma em sala de aula.

Cannes fica muito perto de Nice, palco, em 2016, de um dos mais sangrentos atentados jihadistas dos últimos anos no país, com 86 mortos.

Várias dezenas de jovens da região também estiveram implicados desde 2013 nas fileiras de grupos ‘jihadistas’ no Iraque e Síria.

No final de dezembro, a justiça francesa tinha confirmado o encerramento da mesquita de Beauvais (norte) devido aos sermões de um imã que fazia a apologia da ‘jihad’ [guerra santa] armada.

Segundo Darmanin, esta mesquita, que acolhia cerca de 400 fiéis, atacou o "modelo republicano e a França".

No final de outubro, a mesquita de Allonnes, perto de Le Mans (centro-oeste) e com cerca de 300 fiéis, foi encerrada por seis meses por decisão da autarquia por suspeita de aprovar a ‘jihad’ armada ou o terrorismo durante os sermões.