O grupo empresarial francês Suez, já presente em Angola, assinou uma declaração de intenções para melhorar o acesso à água potável na capital, Luanda, beneficiando 300 mil pessoas.

Outra empresa francesa, a Société Générale assinou um contrato de financiamento para a aquisição por Angola de um satélite de observação da terra e para o reforço da cooperação entre a Météo France International e o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, de Angola.

A Agence Française de Développement assinou uma declaração de intenções para a realização de um projeto de irrigação, estando em causa um empréstimo de 100 milhões de euros.

No domínio da saúde, França vai construir um hospital de oftalmologia e uma nova maternidade na capital angolana.

Durante a visita a Luanda do Presidente francês, Emmanuel Macron, em março de 2023, os dois países assinaram um acordo de parceria destinado a desenvolver os setores agrícola e agroalimentar em Angola, um grande produtor de petróleo com ambições de diversificar a sua economia.

O Presidente angolano, João Lourenço, manifestou o interesse do seu país em reforçar a cooperação com a França nos setores da agricultura, turismo, saúde, ensino superior, recursos minerais, petróleo e gás.

Os dois países comprometeram-se igualmente a reforçar a sua cooperação na luta contra a imigração clandestina e o terrorismo, bem como a sua parceria no domínio da investigação, da mobilidade dos estudantes e do ensino do francês em Angola.

A visita de Estado de Joao Lourenço ocorre numa altura em que França está a perder influência na região africana do Sahel.

Ambos os chefes de Estado apelaram hoje em Paris ao reatamento das conversações “ao mais alto nível” entre Kinshasa e Kigali, no âmbito do conflito em curso no leste da República Democrática do Congo (RDCongo).

Emmanuel Macron está a apoiar os esforços de mediação de João Lourenço na crise dos Grandes Lagos, falando também com os dois protagonistas do conflito.

“A prioridade deve ser o diálogo e a procura de uma paz duradoura. Juntos, apelamos solenemente ao reatamento das conversações ao mais alto nível”, declarou o Presidente francês, Emmanuel Macron.

“Angola está a assumir o seu papel de mediador na tentativa de pôr fim a este conflito”, acrescentou João Lourenço, que está fortemente envolvido na procura de uma saída para o conflito e que assumirá a presidência rotativa da União Africana (UA) em fevereiro.

Desde novembro de 2021, o grupo armado rebelde M23, movimento armado apoiado pelo Ruanda, apoderou-se de vastas extensões de território no leste da RDCongo, rico em recursos naturais e dilacerado pelo conflito há 30 anos.

Em dezembro, o Presidente democrático-congolês, Félix Tshisekedi, e o homólogo ruandês, Paul Kagame, deveriam ter-se reunido em Luanda para conversações de paz, mas as duas partes não chegaram a acordo sobre os termos, o que levou ao cancelamento à última hora da cimeira, mediada por Angola.