“Os jovens não devem aceitar a corrupção como se fosse um pecado como os outros, nunca devem acostumar-se à corrupção, porque aquilo que deixamos passar em branco hoje, amanhã ocorrerá de novo, até que façamos disso um hábito e também nós nos transformemos numa engrenagem indispensável”, refere o papa

Esta é uma das mensagens do papa no seu novo livro, baseado nas conversas com o jornalista Thomas Leoncini, que surge por ocasião da Jornadas Mundiais da Juventude, que se celebram durante o domingo de Ramos, no Vaticano, e nas dioceses dos cinco continentes.

A Jornada Mundial da Juventude de 2018 será a preparação das jornadas de 2019 que terão lugar no Panamá e o papa decidiu dedicar este ano às gerações jovens, considerando nesta publicação que são os grandes descartados dos tempos de hoje mas ao mesmo tempo o melhor da vida.

A mensagem do papa Francisco é dirigida não só aos jovens, dentro e fora da igreja, como também a todos os adultos, e fala sobre a importância dos jovens e dos anciãos para o presente e o futuro do mundo.

“Os jovens têm, a par dos anciãos, a pureza e juntos, jovens e anciãos, devem sentir-se orgulhosos de se encontrar de novo – limpos, puros, sãos – para traçar um percurso de vida comum sem corrupção”, refere o papa.

Segundo o pontífice, “o corrupto não conhece a humildade, é sempre capaz de dizer “não fui eu” e fá-lo com uma cara de inocente fingido, vive no plágio, cansa-se de pedir perdão e acaba muito depressa por deixar de o pedir”

Os jovens, acrescenta, “já foram privados de tanta coisa, mas sempre haverá esperança, contando que não sejam corrompidos”.

No “Deus é jovem”, Francisco fala também um pouco de si, da sua infância e juventude, recorda diálogos com familiares, episódios que lhe aconteceram ao longo da vida, e nas reflexões aborda temas dos dias de hoje.

O livro, publicado em Portugal pelo grupo Planeta, é lançado quando se inicia a reunião pré-sinodal no Vaticano de preparação da XV Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos.

Nesta reunião, que decorre até 24 de março, participam a convite do papa jovens de todo o mundo, entre os quais três portugueses: Joana Serôdio, Rui Lourenço Teixeira e Tomás Virtuoso.