"Os rebeldes atacaram a missão, incendiando todos os edifícios. A irmã Maria, missionária comboniana nascida na cidade de Vittorio Veneto (norte), morreu durante a emboscada. Todos os sobreviventes estão agora a fugir para Nacala", disse a secretária geral das Irmãs Combonianas em Itália, Enza Carini.

Segundo a mesma fonte, outras duas freiras da comunidade, uma italiana e outra espanhola, “conseguiram escapar e esconder-se na floresta, juntamente com um grupo de raparigas".

A freira, que vivia em Moçambique desde 1963, estava na missão de Chipene, na diocese de Nacala, que albergava centenas de pessoas que fugiam dos combates no norte do país, explicou a fonte.

De acordo com relatórios enviados à agência missionária Fides, os atacantes destruíram as estruturas da missão, incluindo a igreja, o hospital e a escola primária e secundária, e a freira italiana levou um tiro na cabeça quando tentou chegar ao dormitório onde se encontravam os poucos estudantes restantes.

Outros dois missionários italianos que se encontravam na missão foram poupados, disseram os Missionários Combonianos de Pordenone, Itália.

O arcebispo de Nampula, Inacio Saure, disse não ter a certeza sobre identidade dos autores do ataque, mas considerou que “seja muito provável” tratar-se de terroristas islâmicos.

A província de Nampula, juntamente com Cabo Delgado, é palco da instabilidade causada pela presença de grupos terroristas ligados ao Estado Islâmico.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais perto de Pemba, capital provincial.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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