Assunção Cristas falava aos jornalistas à entrada do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, onde chegou acompanhada pelo antigo presidente do CDS Adriano Moreira, para prestar homenagem a Diogo Freitas do Amaral, que morreu na quinta-feira, aos 78 anos.

"Foi fundador do CDS e pai fundador da nossa democracia pluripartidária. Homem com grande coragem no pós-25 de Abril que, com um conjunto de homens e mulheres de coragem e de fibra, teve a ousadia de criar o CDS", disse Assunção Cristas.

"É isso que nós vimos homenagear hoje aqui, todo o contributo que deu para a nossa democracia", acrescentou a presidente do CDS-PP, antes de entrar na Igreja de Santa Maria de Belém, no interior dos Jerónimos, onde o corpo de Freitas do Amaral se encontra em câmara ardente.

Questionada se considera que o CDS-PP se reconciliou entretanto com o seu fundador e primeiro presidente, que saiu do partido em 1992, Assunção Cristas respondeu: "Freitas do Amaral participou nas comemorações dos 40 anos do CDS e nessa altura houve naturalmente uma reconciliação".

Em seguida, Adriano Moreira recordou, emocionado, o tempo em que conheceu Freitas do Amaral, "muito jovem", quando foi convidado a entrar para o CDS, pela sua ligação a movimentos europeístas democratas-cristãos.

"Eu achei que tinha de ajudar aqueles jovens, e não me arrependi. E também admirei sempre a coragem que ele teve em momentos difíceis, em que foi fiel a si próprio", afirmou.

O antigo presidente do CDS, que está com 97 anos, acrescentou que guarda de Freitas do Amaral a seguinte imagem: "Foi fiel ao eixo da roda, a roda anda, mas o eixo não muda. Isto é o que eu deixo para a nossa história, neste momento tão difícil".

Diogo Pinto Freitas do Amaral, professor universitário, nasceu na Póvoa de Varzim, no distrito de Porto, em 21 de julho de 1941. Foi presidente do CDS, partido que ajudou a fundar em 19 de julho de 1974.

Freitas do Amaral fez parte de governos da Aliança Democrática (AD), entre 1979 e 1983, e mais da tarde do PS, entre 2005 e 2006, após ter saído do CDS em 1992, tendo exercido as funções de vice-primeiro-ministro, ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros.

O seu corpo vai estar em câmara ardente até sábado no Mosteiro dos Jerónimos, onde hoje se realiza uma missa de corpo presente, às 19:00.

No sábado, às 12:00, haverá uma missa nos Jerónimos celebrada pelo bispo auxiliar de Lisboa, seguindo o cortejo fúnebre, às 13:00, para o cemitério da Guia, em Cascais.

(Artigo atualizado às 19:24)