“Face à intransigência do Governo angolano, com a sua postura belicista em Cabinda, as Forças Armadas de Cabinda (FAC) impõem um ultimato de trinta dias ao Governo de João Lourenço [Presidente de Angola], para retirar a totalidade das suas tropas de Cabinda”, lê-se num comunicado da FLEC-FAC.
“Para além deste período de trinta dias, as FAC vão intensificar as suas ações militares de grande envergadura contra os invasores angolanos em todo o território de Cabinda, para fazer valer os nossos direitos”, lê-se no comunicado, que reitera que “a autodeterminação pela independência é a única solução para Cabinda”.
Neste “comunicado de guerra”, o Estado-Maior General das Forças Armadas Cabindesas (FAC) afirma ainda que os seus militares, “em operação na região de Tando-Zinze, efetuaram com sucesso dois ações contra as posições das Forças Armadas Angolanas (FAA), provocando severas baixas ao ocupante”.
“Nesta operação morreram 25 soldados angolanos e seis oficiais superiores, um coronel, um major da polícia militar, três capitães e um tenente”, revela.
As Forças Armadas Cabindesas (FAC) terão, de acordo com o comunicado, recuperado “armamentos deixados pelos soldados angolanos das FAA”.
O Governo angolano recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de ações de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte de Angola, sublinhando sempre a unidade do território.
A FLEC, através do seu “braço armado”, as FAC, mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando que o enclave era um protetorado português – tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 – e não parte integrante do território angolano.
Cabinda é delimitada a norte pela República do Congo, a leste e a sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo Oceano Atlântico, sendo descontinuada geograficamente do território angolano.
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