Manuel Sousa, coordenador regional do Porto do Sindicato dos Funcionários Judiciais, explicou à Lusa que se trata de “um grito de alerta” para o estado da Justiça em Portugal.
“A Justiça está quase morta, moribunda, e por este caminho o funeral não tarda”, referiu.
Os manifestantes depositaram um caixão à porta do Tribunal Judicial de Braga e alguns ajoelharam, para, simbolicamente, “rezar pela alma da defunta”.
Seguiu-se um “cortejo fúnebre” pela praça fronteira ao tribunal.
A iniciativa partiu dos funcionários judiciais do Tribunal de Braga e insere-se no âmbito das greves que aqueles profissionais têm vindo a promover, por causa de matérias relacionadas com estatuto profissional, tabela remuneratória, ingresso na carreira, promoções e regime de aposentação.
Estes trabalhadores exigem também a recomposição das carreiras com a contagem dos nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço congelada por imposições orçamentais.
Hoje, cerca de 300 funcionários judiciais da Comarca de Braga concentraram-se frente ao “tribunal sede”, numa manifestação que, além do caixão, contou ainda com bombos, gaitas e música de intervenção.
Os manifestantes envergavam t-shirts pretas, com a frase “Justiça para quem nela trabalha”.
“É uma greve que nos sai dos bolsos, mas não nos resta outra alternativa”, disse ainda Manuel Sousa.
Adiantou que está marcada para quinta-feira uma reunião no Ministério da Justiça, para discutir com a tutela alguns dos pontos reivindicados pelos funcionários judiciais.
“Veremos o que têm para nos dizer”, rematou Manuel Sousa.
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