“Não poderia haver mais em jogo. Se correr bem, podemos sair desta crise mais fortes”, sublinhou a líder do executivo comunitário, em declarações à entrada da primeira reunião presencial do Conselho Europeu desde o início da pandemia do coronavírus SARS-Cov-2.
Von der Leyen adiantou ainda acreditar que “é possível uma solução” para as divergências entre líderes, acrescentando que, com a proposta de orçamento europeu e de fundo de recuperação, a UE tem “não só a oportunidade de ultrapassar a crise, mas também de modernizar o mercado interno e de levar por diante o nosso pacto verde europeu e a digitalização”.
Os líderes da UE reúnem-se a partir de hoje em busca de um compromisso sobre o plano de relançamento face à crise da covid-19 que todos admitem ser urgente, mas um acordo afigura-se difícil de alcançar.
No primeiro Conselho Europeu presencial dos últimos cinco meses — a anterior cimeira “física” teve lugar em fevereiro, antes da chegada da pandemia da covid-19 à Europa –, e que deverá prolongar-se pelo menos até sábado, os 27 terão de ultrapassar as muitas diferenças que ainda os separam relativamente às propostas de um Fundo de Recuperação e do orçamento da União para 2021-2027.
A fasquia é alta: aprovar o Quadro Financeiro Plurianual, o orçamento da UE para 2021-2027, de 1,07 biliões de euros, e o Fundo de Recuperação pós-pandemia que lhe está associado, de 750 mil milhões de euros.
Parece haver acordo entre todos os 27 quanto à necessidade de uma resposta urgente à crise, mas as posições quanto às modalidades dessa resposta estão afastadas e, admitem vários dirigentes europeus, o consenso exigido está longe de adquirido e esta pode não ser a cimeira que aprova o orçamento.
Isto porque persistem grandes divergências quanto à distribuição das verbas do fundo de recuperação, que a proposta da Comissão Europeia prevê sejam canalizados em dois terços (500 mil milhões de euros) através de subvenções e um terço (250 mil milhões de euros) de empréstimos em condições muito favoráveis.
Os chamados “países frugais” — Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia e, em menor grau, a Finlândia – opõem-se à proporção de verbas canalizadas sob a forma de subvenções, defendendo uma maior proporção de verbas por empréstimo e que os fundos sejam condicionados à realização de reformas, que permitam aos países em pior situação fazer face a futuras crises sem ajuda europeia.
A cimeira deve prolongar-se pelo fim de semana.
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