Matos Fernandes foi ouvido hoje manhã na comissão de Agricultura e Mar, durante a qual respondeu, sobretudo, a questões sobre os planos de gestão florestal.
“Percebo a frustração das pessoas, pois é um território afetivo, mas aquilo que estamos a fazer leva tempo. O que está por fazer é mais do que foi feito e é um esforço contínuo”, afirmou o governante, face a uma questão levantada por deputados do PSD e do Bloco de Esquerda sobre o processo de reflorestação da Mata Nacional de Leiria ou do designado Pinhal do Rei.
Face às críticas de que nada estava a ser feito para recuperar aquele espaço, o governante explicou que o processo se torna mais lento porque a reflorestação será feita com recurso a sementes de pinheiros já existentes e, portanto, “mais natural”.
“Respeitamos o conceito de adaptação, mas o ideal é utilizar as sementes que já lá estão e não ir buscar sementes fora daquele espaço, pois o risco de o pinhal não vingar seria muito maior”, argumentou.
Sem adiantar prazos para a conclusão deste processo, João Pedro Matos Fernandes referiu apenas que o investimento global será de cerca de 4,5 milhões de euros, destinados à rearborização da área ardida e à beneficiação de rede viária florestal.
Esses números já tinham sido divulgados no início do mês pelo presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Nuno Banza, que, ouvido também no parlamento, referiu que já foram rearborizados 1.039 hectares de um total de cerca de 2.500 do Pinhal do Rei.
O presidente do ICNF perspetivou, igualmente, que o plano previsto possa estar concluído até 2022.
A Mata Nacional de Leiria, também conhecida por Pinhal de Leiria e Pinhal do Rei, é propriedade do Estado. Tem 11.062 hectares e ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande. A principal espécie é o pinheiro bravo.
No incêndio de 15 de outubro de 2017 arderam 9.480 hectares de área, equivalente a 54% do território do concelho e 86% da Mata Nacional de Leiria.
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