“Ninguém é capaz de gerir e de amar aquilo que não conhece”, disse o ministro aos jornalistas, em Penela, distrito de Coimbra, realçando a necessidade de assegurar “um futuro de confiança e de oportunidade” à região.

Eduardo Cabrita falava no final de uma reunião com autarcas e outros membros do Governo em que foi discutido o plano de revitalização e reordenamento da floresta para o território devastado pelos fogos florestais que eclodiram em Góis e Pedrógão Grande, no dia 17 de junho, em que morreram pelo menos 64 pessoas e mais de 200 ficaram feridas.

No encontro, ao qual os jornalistas não puderam assistir, participaram presidentes e outros responsáveis dos municípios de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Sertã, além dos secretários de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, da Justiça, Anabela Pedroso, e do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, e do coordenador da Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI), João Paulo Catarino.

“O cadastro, a recolha de informação sobre a propriedade, é um elemento decisivo”, disse Eduardo Cabrita, após a apresentação do projeto-piloto do processo de cadastro e Balcão Único do Prédio.

O ministro-Adjunto salientou que o Governo, ao cumprir a recente deliberação da Assembleia da República que estabelece “um período piloto de um ano” para realizar aquele trabalho, sob a supervisão da UMVI (cuja sede foi este mês deslocalizada de Lisboa para Pedrógão Grande, no norte do distrito de Leiria), “não espera pela entrada em vigor da lei”.

O trabalho envolverá as câmaras, as juntas de freguesia e os conservadores de registo predial que operam nos concelhos abrangidos pelo projeto.

“Vamos começar um processo exemplar”, que passa pelo ordenamento florestal, em articulação com os planos diretores municipais, e por “conhecer em rigor aquela que é a situação da propriedade” rústica, disse Eduardo Cabrita, antevendo que as ações a realizar no território poderão no futuro ser alargadas ao resto do país.

Luís Matias, presidente da Câmara de Penela, disse aos jornalistas que importa garantir “uma gestão racional, sustentável e organizada” da floresta.

“Não diabolizo o eucalipto e o pinho”, enquanto fonte de rendimento das populações, afirmou o autarca anfitrião, eleito pelo PSD, frisando que “é essencial conhecer” a propriedade florestal e “também responsabilizar os proprietários”.