Em entrevista à Sky News, Shapps disse que para o Reino Unido “não há outra opção” senão uma solução de dois Estados para resolver o conflito na região.

Nas últimas horas, Netanyahu tem insistido que os seus planos para o futuro da Faixa de Gaza após o hipotético fim da guerra com o Hamas passam por assumir o controlo total da segurança no enclave, uma estratégia que o primeiro-ministro britânico considerou incompatível com as “exigências palestinianas de soberania.

Depois de lamentar o comentário de Netanyahu, Grant Shapps disse que, relativamente à existência de um Estado Palestiniano, “não há outra opção senão essa” e que “o mundo inteiro concorda que uma solução de dois Estados”, israelitas e palestinianos em coexistência. “É a melhor maneira de seguir em frente”, acrescentou.

Em entrevista à Sky News, o governante referiu que o seu país “continua certamente empenhado” numa solução de paz de dois Estados para resolver a situação.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 7 de outubro.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os mais recentes números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o Governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas cerca de 25 mil pessoas – na maioria mulheres, crianças e adolescentes – e feridas mais de 60 mil, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 07 de outubro, pelo menos 365 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, além de se terem registado 5.600 detenções e mais de três mil feridos.