Falando o final da reunião com o Bloco de Esquerda, que decorreu na sede desta força política, António Costa referiu que na próxima semana se saberá quais os modos concretos em que se estabelecerá a relação entre os dois partidos ao longo da legislatura.

"Convergimos quanto à vontade mútua de prosseguir o trabalho conjunto que tivemos nesta legislatura. Os modos concretos em que trabalharemos em conjunto na próxima legislatura é algo que iremos continuar a avaliar. Nos próximos dias teremos reuniões de trabalho [com o Bloco de Esquerda] para vermos quais são as condições de convergência que permitam o grau de compromisso", declarou o líder socialista.

Perante os jornalistas, António Costa não especificou em que dias terão lugar essas reuniões entre PS e Bloco de Esquerda, mas adiantou que, na próxima semana, os socialistas farão "uma avaliação" do resultado desses trabalhos mais técnicos.

"Ficou claro que, no horizonte de legislatura, há vontade comum de trabalhar em conjunto e dar continuidade à experiência desenvolvida na legislatura anterior. Se isso será feito com documento escrito ou não, isso é prematuro dizer, até porque, quer de uma parte, quer da outra, avaliou-se que não é essencial a forma como essa cooperação exista", acentuou o secretário-geral do PS.

Questionado sobre o "caderno de encargos" já apresentado pelo Bloco de Esquerda para a próxima legislatura, António Costa disse que, nesta fase, está a avaliar aquilo os partidos lhe têm transmitido.

"Sabemos quais são os pontos de total convergência e de total divergência e, ainda, quais os pontos que requerem ser trabalhados. A troca de impressões de hoje foi positiva porque nos permitiu identificar quais os pontos essenciais para cada uma das partes", considerou.

Interrogado se prefere um acordo escrito com o Bloco de Esquerda, em vez de negociações caso a caso, como defende o PCP, o secretário-geral do PS afirmou-se "agnóstico" sobre o modo como se poderão revestir os entendimentos.

Em contrapartida, sustentou a tese de que a estabilidade "depende sobretudo da forma como se governa e dos resultados que se obtém".

"Há quatro anos quando foram assinadas as declarações conjuntas do PS [com o Bloco, PCP e PEV] muita gente não acreditou na possibilidade de haver estabilidade para quatro anos. Estou convencido que, à partida, há condições para que esta legislatura tenha estabilidade", advogou.

(Notícia atualizada às 20h55)