De acordo com fontes socialistas, estas foram duas das intervenções mais relevantes no início da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que foi aberta com uma intervenção do secretário-geral, António Costa.

António Costa voltou a dizer que, após a sua demissão das funções de primeiro-ministro, durante as conversas que manteve com o Presidente da República, propôs-lhe que o atual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, formasse um novo Governo sem recurso a novas eleições, e lamentou que Marcelo Rebelo de Sousa tenha recusado essa solução.

No que respeita à atual situação interna do PS, o antigo ministro Vieira da Silva deixou vários recados para futuro à chamada ala esquerda de Pedro Nuno Santos, que é apontado como um dos prováveis sucessores de António Costa no cargo de secretário-geral.

“O PS não pode embarcar em aventuras frentistas”, disse, numa alusão ao ex-ministro das Infraestruturas e antigo líder da JS, que defende a reedição de acordos de Governo com o Bloco de Esquerda e PCP.

Já o presidente do Grupo Parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, de acordo com fontes socialistas, afirmou que “a política não pode ser dirigida pelo Ministério Público”, numa referência ao processo judicial sobre negócios de lítio e hidrogénio que levou à demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro.

Isabel Moreira, constitucionalista e membro do Secretariado Nacional do PS, foi mais longe, considerando que o último parágrafo do comunicado do gabinete de imprensa da Procuradoria Geral da República (PGR), que se refere ao primeiro-ministro, “é uma nódoa no sistema judicial”.