“Nós estamos sempre divididos entre aquilo que é o desejo legítimo da nossa comunidade piscatória, da indústria conserveira da restauração para que se tenha mais quotas. Mas também temos a ambição de quem tem de proteger o oceano e todas as espécies”, afirmou a governante.
Nesse sentido, Ana Paula Vitorino prometeu “conjugar aquilo que são as informações científicas sobre o crescimento sustentável, consistente que as espécies estão a fazer com aquilo que são as necessidades legítimas dos setores que utilizam a sardinha”
A ministra do Mar, que falava esta tarde aos jornalistas, à margem de uma cerimónia sobre investimentos para o Porto de Sines, comentava desta forma o início da proibição da pesca da sardinha.
Segundo um despacho assinado pelo secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, e publicado na quarta-feira em Diário da República, “a captura, manutenção a bordo e descarga de sardinha, com qualquer arte de pesca” está proibida desde as 12:00 de hoje
O objetivo, segundo a tutela, é, mais uma vez, “garantir a sustentabilidade do recurso”.
Todos os anos tem ocorrido a suspensão da pesca da sardinha e implementadas medidas de proteção dos juvenis e impostos limites anuais às possibilidades de captura.
No entanto, Ana Paula Vitorino traçou um cenário positivo para o próximo ano, antevendo um aumento de sardinhas em águas portuguesas.
“Os dados que nós temos são animadores. As indicações dos cruzeiros científicos do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) é que há mais sardinhas e mais juvenis. A presença de juvenis significa que para o ano poderá ter um aumento maior da espécie, pois existe renovação”, perspetivou Ana Paula Vitorino.
O estado do recurso sardinha está a ser avaliado pelo Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES, na sigla em inglês), com o intuito de definir as possibilidades de pesca para 2020 para Portugal e Espanha.
Em setembro, a ministra do Mar reiterou que a quota da captura da sardinha para este ano é de até 9.000 toneladas, mantendo-se cautelosa com a possibilidade do aumento das capturas em 2020.
No entanto, para as organizações ibéricas da sardinha este valor é insuficiente, uma vez que estas defendem que a biomassa disponível permite uma atualização das possibilidades de pesca até cerca de 19 mil toneladas ainda este ano.
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