O primeiro-ministro Robert Golob disse hoje que o seu governo enviou a proposta de reconhecimento ao parlamento, que poderá reunir-se já na próxima semana.

A aprovação parlamentar é necessária para que a medida entre em vigor.

A coligação liberal de Robert Golob, no poder, dispõe de uma confortável maioria na assembleia de 90 membros e a votação deverá ser uma formalidade.

A decisão do governo esloveno surge apenas dois dias depois de a Espanha, a Noruega e a Irlanda terem reconhecido a existência de um Estado palestiniano, uma medida que foi condenada por Israel.

Com esta decisão, a Eslovénia torna-se o décimo membro da União Europeia de 27 países a reconhecer oficialmente o Estado palestiniano.

A Noruega não é membro da UE, mas a sua política externa está normalmente alinhada com o bloco.

A Eslovénia iniciou o processo de reconhecimento no início de maio, mas disse que iria esperar até que a situação no conflito entre Israel e o Hamas em Gaza melhorasse.

No entanto, Golob disse, esta semana, que estava a acelerar o processo em reação aos últimos ataques de Israel a Rafah, que provocaram a fuga de mais de um milhão de palestinianos.

Mais de 140 países reconhecem um Estado palestiniano – mais de dois terços das Nações Unidas.

O reconhecimento de um Estado palestiniano fez cair a pique as relações entre a UE e Israel. A Espanha e a Irlanda estão a fazer pressão para que a UE tome medidas contra Israel pelos seus contínuos ataques a Rafah, no sul de Gaza.

Portugal não faz parte do grupo de países que reconhecem a Palestina como Estado.

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos, segundo Israel.

O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, disse que a ofensiva lançada por Israel depois do ataque já provocou mais de 36.200 mortos e a destruição de muitas infraestruturas do enclave palestiniano.

Pelo menos 81.777 ficaram feridas no território palestiniano devastado, a maioria (cerca de 75%) mulheres e crianças, à medida que os bombardeamentos israelitas prosseguem.