O descontentamento social com as novas autoridades peruanas após a demissão do ex-presidente Pedro Castillo provocou mais de 60 mortos no país, entre pedidos de renúncia e a realização de eleições presidenciais antecipadas com caráter de emergência.

Depois de novos protestos ontem à noite na capital, Lima, o Governo decidiu declarar este estado excecional no quase todo o centro-sul do país, como Madre de Dios, Cuzco, Puno, Apurímac, Arequipa, Moquegua e Tacna.

O decreto também indica que o controlo de segurança na zona de Puno irá continuar sob gestão interna das Forças Armadas, “incorporando a Polícia Nacional para alcançar os objetivos de segurança na zona de emergência”.

Além disso, em Puno foi declarada hora de recolher para a população durante dez dias, entre as 22:00 e as 04:00.

O governo do Peru já declarou estado de emergência em 10 de janeiro nas regiões de Amazonas, La Libertad e Tacna devido aos confrontos que estão a ocorrer durante as manifestações que pedem a destituição de Boluarte.

Milhares de manifestantes de “todas as comunidades” participaram, no sábado, no centro de Lima, “no maior” protesto – indicaram os organizadores -, desde o início da mobilização, em dezembro, contra a Presidente do Peru.

Sindicatos camponeses, organizações civis e movimentos estudantis das regiões andinas de Cusco e Puno, no sul do país, assim como residentes da capital Lima, concentraram-se na praça Dois de Maio para exigir, mais uma vez, a demissão de Boluarte, a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições.

Ao cair da noite, a polícia utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, enquanto estes marchavam em direção ao parlamento e ao palácio do governo. Os manifestantes, com capacetes e escudos caseiros, confrontaram-se com a polícia, disparando fogo de artifício e outros dispositivos.

A manifestação ocorreu um dia depois de o parlamento peruano ter decidido bloquear até agosto qualquer debate sobre a antecipação das eleições presidenciais e legislativas para outubro de 2023.

A proposta de antecipar o escrutínio, apresentada pela Presidente Boluarte, foi rejeitada pela quarta vez pelo órgão legislativo.

Os protestos antigovernamentais começaram na sequência do afastamento e detenção, em 07 de dezembro, do Presidente socialista Pedro Castillo, acusado de tentar um golpe de Estado ao dissolver o parlamento, que se prepara para depor o chefe de Estado.

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