César Nogueira avançou aos jornalistas que este novo suplemento de missão, que tem como referência o vencimento base do comandante-geral da Guarda Nacional Republicana, vai substituir o atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.
No final da reunião com a ministra da Administração Interna, o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) classificou esta primeira proposta do Governo de “muito má”, indicando que os elementos das forças de segurança teriam, com esta proposta, um aumento até 75 euros.
Segundo a proposta apresentada às cinco associações socioprofissionais da GNR, os oficiais passariam a ter um suplemento de missão de 12% da remuneração base do comandante-geral da GNR, que é de 5.216,23 euros, enquanto a percentagem para os sargentos é de 9% e para os guardas de 7%.
“Estes números são bastantes insuficientes e é uma proposta muito abaixo do que estávamos à espera”, disse César Nogueira, dando conta de que agora será apresentada uma contraposta na reunião de 15 de maio.
O presidente da APG considerou o valor apresentado pela tutela “irrisório” e não acredita que exista “uma grande margem” durante as negociações.
“A proposta do Governo divide em categorias profissionais: guardas, oficiais e sargentos. Só por aí já é um erro porque o risco é igual para todos. O risco não pode ser dividido por categorias. Não ficamos agradados com esta proposta. 7, 9 e 12%. Em alguns casos dá um valor inferior ao que é auferido a cada profissional”, afirmou.
César Nogueira sustentou que ficou “abananado” quando a ministra apresentou a proposta, frisando que será “muito difícil segurar a indignação dos profissionais”, mas não avançou para já com protestos.
O presidente da associação mais representativa da GNR considerou também que a ministra “está impreparada para o cargo que está a exercer”.
Também o presidente da Associação Nacional dos Sargentos da Guarda, Ricardo Pires, considerou que o valor desta primeira proposta ficou “claramente aquém”, classificando-o de “inaceitável”.
“Em alguns casos não chega a um aumento de 75 euros”, disse, referindo como exemplo, o caso de um militar no posto de guarda que ganha atualmente um suplemento por serviço e risco nas forças de segurança de 285 euros e vai passar a ganhar um suplemento de missão de 365 euros.
Ricardo Pires afirmou que os militares da GNR se sentem “angustiados e mal tratados”.
César Nogueira e Ricardo Pires reafirmaram que os militares da GNR exigem um suplemento de missão idêntico ao que o anterior Governo socialista atribuiu à Polícia Judiciária, que alguns casos foi de um aumento de 700 euros.
O atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança que os elementos da PSP e GNR recebem tem uma componente variável que corresponde a 20% do salário base e uma componente fixa de 100 euros.
A ministra da Administração Interna está a apresentar hoje aos sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR a proposta de atribuição de um subsídio aos elementos das forças de segurança.
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