Margarida Marques falava aos jornalistas após participar numa sessão de trabalho do Conselho de Assuntos Gerais, no formato a 27 (sem o Reino Unido), para debater o procedimento a adotar e os critérios objetivos a serem tidos em conta para decidir a relocalização das duas agências da UE atualmente sediadas no Reino Unido.
Essas instituições são a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), à qual Portugal concorre, e a Autoridade Bancária Europeia (EBA).
Apontando que houve hoje um “profundo debate e cabe agora aos chefes de Estado e de Governo”, na cimeira da próxima quinta e sexta-feira em Bruxelas, “estabelecerem as regras finais”, a secretária de Estado disse ter ficado com a sensação de que Portugal tem possibilidades reais de bater a concorrência, que admitiu ser numerosa e forte.
“Fiquei com essa sensação. É uma competição muito renhida, há 20 ou 21 Estados-membros que estão interessados em receber a Agência Europeia do Medicamento. Os critérios que estão em cima da mesa são critérios que nós podemos respeitar e temos vantagens competitivas relativamente a outros Estados-membros”, disse, acrescentando que isso se aplica tanto a Lisboa como ao Porto.
Margarida Marques considerou que “Portugal tem várias vantagens”, incluindo uma “que é muitas vezes apresentada como uma desvantagem”, o facto de o país já ser sede de duas agências, pois, sustentou, “uma delas, o Observatório da Droga, é uma agência que trabalha em estreita colaboração com a Agência do Medicamento”.
“Estamos a construir uma candidatura que seja uma candidatura excelente, que se possa bater com as restantes candidaturas, e estamos a acompanhar em pormenor as candidaturas dos outros países estão a preparar”, concluiu.
Portugal é candidato a acolher a EMA, tendo no passado sábado o Governo anunciado a reabertura do processo de candidatura de forma a incluir também a cidade do Porto, que se junta assim a Lisboa, entre muitas outras cidades europeias candidatas a receber a agência.
Os "critérios definitivos" para a relocalização da EMA e da EBA, que vão deixar Londres por causa da saída do Reino Unido da União Europeia, serão definidos no Conselho Europeu que vai decorrer na quinta e sexta-feira em Bruxelas, devendo as candidaturas ser oficialmente apresentadas até final de julho, e a decisão final do Conselho tomada em outubro.
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