Em declarações à agência Lusa, Ana Abrunhosa indicou que está a ser feito o levantamento dos prejuízos do mau tempo “não só em Lisboa, mas também no Algarve”, nomeadamente em Faro, onde houve “situações de pluviosidade extrema com prejuízos”.

“Não foi tão público, mas estamos a fazer esse levantamento, quer em Lisboa, quer no Algarve”, realçou Ana Abrunhosa, à margem de uma visita à Herdade Vale da Rosa, que produz uvas de mesa em Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja.

A ministra adiantou que o Governo, tal como fez com os autarcas da Área Metropolitana de Lisboa, também falou, mas por telefone, com presidentes dos municípios do Algarve sobre os prejuízos do mau tempo e apoios.

“Mas já estamos, com a CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] e com o município de Faro, que é aquele que identificámos com maior volume de pluviosidade e de danos, a fazer o levantamento dos danos”, referiu.

Vincando não ter ideia do valor dos prejuízos, Ana Abrunhosa salientou que a Câmara de Loures foi, para já, a única que já entregou ao Governo “um caderno com o levantamento dos danos a nível dos equipamentos e infraestruturas municipais”.

“Na parte dos taludes são valores muito elevados”, pois são infraestruturas “pesadas em termos de investimento”, reconheceu, remetendo a divulgação do montante dos danos para quando “o levantamento estiver todo feito”.

Segundo a ministra, o país já dispõe de “um conjunto de legislação que permite cobrir” prejuízos em várias áreas, como “equipamentos e infraestruturas municipais, habitação e atividade económica”.

“Para abrir as medidas de apoio, temos de fazer primeiro o levantamento” dos prejuízos e, apesar da urgência das situações, o processo tem de ser “muito apurado e rigoroso”, sublinhou.

A governante lembrou que “o ideal é que haja seguros” e que no caso dos danos que não têm cobertura “é que podem ser equacionados os apoios” do Estado, pelo que no levantamento dos prejuízos tem que se “perceber que seguros existem”.

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou, na sexta-feira, apoio para os municípios da Grande Lisboa afetados pelas inundações provocadas pela chuva forte, devendo as autarquias fazer o levantamento dos prejuízos até, no máximo, 15 de janeiro.

No dia 05 deste mês, o Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve registou 187 ocorrências relacionadas com o mau tempo, das quais 92 no concelho de Faro.

A intensa chuva que caiu ao início da manhã desse dia na capital algarvia provocou inundações, bloqueio de estradas e impediu a abertura de escolas e estabelecimentos comerciais no concelho de Faro.

A situação mobilizou, em todo o Algarve, 410 operacionais, apoiados por 168 veículos dos agentes de Proteção Civil e outras entidades, nomeadamente, os corpos de bombeiros, com 308 operacionais, e os serviços municipais de Proteção Civil.

Quanto à visita à Herdade Vale da Rosa, a ministra destacou que a empresa está a desenvolver “novos produtos a partir da uva”, como a criação de um vinagre balsâmico e de uma nova passa, e a forma “extremamente positiva” como aloja os seus trabalhadores imigrantes.