“A seu tempo vamos apresentar o plano com mais pormenor, mas queremos fazer uma coisa muito clara que é reequipar viaturas”, cuja “decadência é clara, e equipamento, que está obsoleto”, afirmou, à agência Lusa, Rui Ladeira, à margem da sua deslocação, hoje, a áreas queimadas do concelho de Nelas.

O governante indicou que, no país, há 412 equipas de sapadores florestais e algumas já deviam ter o seu equipamento de viaturas recuperado” e, para isso, prometeu “arranjar recursos para garantir essa realocação”.

Além das “viaturas todo-o-terreno”, há também “os ‘kits’ de primeira intervenção ao rescaldo dos incêndios” - estão a ser feitos avisos - e “vão continuar, para a proteção individual, por segurança”, para que chegue a “todas as associações e entidades gestoras”.

“Vamos fazer uma coisa que não tenho memória de ter acontecido, que é recuperar e entregar novo equipamento para estas ações: motosserras, moto roçadoras, tudo aquilo que é importante para a ação no terreno, não só em termos de segurança, mas também em termos de qualidade e eficiência”, acrescentou.

Rui Ladeira adiantou ainda que o Governo quer, ao longo dos anos, “lançar novas equipas de sapadores em zonas onde não há, nem nunca houve” e, “já assumido pelo primeiro-ministro, vai haver uma correção dos valores de protocolo, com efeitos retroativos.

Ou seja, os protocolos entre o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e as entidades gestoras vão “ter os valores anuais aumentados, aumentando desta forma o valor anual do serviço alocado”, neste caso, dos sapadores florestais.

“Vamos dignificar mais o estatuto do sapador florestal, é esse o nosso propósito”, assegurou Rui Ladeira.

Aos profissionais presentes hoje nas Caldas da Felgueira, no concelho de Nelas, distrito de Viseu, o governante deixou as promessas da valorização da sua carreira e não poupou elogios pelo trabalho” invisível e imprescindível” na proteção dos territórios.

No concelho de Nelas, arderam este ano cerca de 2.300 hectares e, “após o impacto dos incêndios, há necessidades emergentes e urgentes de fazer a estabilização”, isto é, “desobstruir as linhas de água, criar zonas de contenção intermédia”.

“Aqui, e noutras zonas do país, foram criadas na linha de água paliçadas e zonas de contenção com o próprio material que ardeu para garantir que as cinzas não vão para os rios para perturbar e natureza”, apontou Rui Ladeira.

Durante a visita de hoje, o secretário de Estado ouviu a explicação por parte do responsável do ICNF no local, Rui Ventura, que esclareceu que, ao longo de cerca de três quilómetros de linha de água foram criadas quatro a cinco barreiras que evitaram a deslocação para o rio Mondego, cerca de 200 metros a jusante, de uma “enorme carga de cinza”.

Também o terreno na margem da linha de água recebeu “uma sementeira com trator que ajuda a estabilizar o solo” e a “conter a água que desce das encostas, de maneira que não provoque cheias e enxurradas que, eventualmente, pudessem derrubar o aqueduto e, consequentemente, a estrada”.