"Veem este ponto de luz? Este ponto de luz é o asteroide", afirmou o astrofísico Gianluca Masi do "Virtual Telescope Project", com sede em Itália, que acompanhou o fenómeno com as suas lentes após a aproximação.

O corpo rochoso alcançou o ponto de maior aproximação do planeta no domingo às 14h GMT, segundo o Observatório de Paris. Naquele momento, o asteroide ficou a 2.016.158 km da Terra. A distância representa quase cinco vezes a distância entre a Terra e a Lua.

Batizado de 2001 FO32 e com menos de um quilómetro de diâmetro, o objeto passou a 124.000 km/h, segundo a NASA. O canal no YouTube do "Virtual Telescope Project" exibiu uma imagem granulada com um pequeno ponto.

A agência espacial americana destacou que não existia "risco de colisão com o nosso planeta", uma vez que a sua trajetória era "suficientemente conhecida e regular" para descartar qualquer perigo, afirmaram os especialistas do Observatório Paris-PSL.

O grande corpo rochoso foi, no entanto, classificado como "potencialmente perigoso", como todos os asteroides, cuja órbita é inferior a 19,5 vezes a distância entre a Terra e a Lua e com diâmetro superior a 140 metros.

Astrónomos de todo o mundo "perseguem incansavelmente" esta categoria para fazer o inventário mais exaustivo possível, ressalta o Observatório, recordando que o primeiro — e maior — asteroide, Ceres, foi descoberto em 1801.

O asteroide "2001 FO32" foi observado pela primeira vez em 2001, e a sua trajetória está a ser acompanhada desde então. Ele pertence à família "Apollo" de asteroides próximos da Terra, que circundam o Sol durante pelo menos um ano e podem cruzar a órbita terrestre.

Muito ainda para aprender

"Atualmente, pouco se sabe sobre este objeto, pelo que esta passagem próxima dá-nos uma oportunidade incrível de aprender muito", disse Lance Benner, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, do qual depende o Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS).

De acordo com o CNEOS, "astrónomos amadores no hemisfério sul e em baixas latitudes no norte deverão ser capazes de vê-lo".

"Teremos de esperar até escurecer e armarmo-nos com um bom telescópio de, pelo menos, 20 centímetros de diâmetro", precisou à AFP Florent Delefie, do Observatório de Paris. "Devemos ver um ponto branco a mover-se como um satélite", acrescentou o astrónomo.

A trajetória nada tem a ver com a das estrelas cadentes, que são asteroides pequenos que formam uma linha luminosa que divide o céu em uma fração de segundo. Nenhum dos grandes asteroides listados tem chance de colidir com a Terra no próximo século.