"A procura de plásticos continua a crescer para satisfazer a necessidade de combustíveis fósseis. E isto aumentou as emissões e acelerou as alterações climáticas", afirmou Hellen Kahaso Dena, responsável pelo Projeto Pan-Africano de Plásticos da Greenpeace África, numa conferência de imprensa na UNEA-6, que hoje teve início na capital queniana.
Dena sublinhou a "necessidade urgente" de um tratado global sobre os plásticos.
De acordo com a Greenpeace, o plástico contribui para 3 a 4% das emissões globais de gases e, se esta tendência se mantiver, este valor continuará a ser o mesmo em 2050.
"Não podemos proteger o nosso clima, a nossa biodiversidade, a nossa saúde e travar a poluição se não reduzirmos a produção de plástico", afirmou Dena, acrescentando: "Para bem do nosso futuro e do futuro dos nossos filhos, não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar esta oportunidade única de acabar com esta crise".
Por seu turno, Seble Samuel, responsável pelas campanhas e pela defesa da África na Iniciativa do Tratado de Não Proliferação dos Combustíveis Fósseis, defendeu o respeito das sociedades locais por parte das grandes empresas.
"Nem sequer somos donos da nossa energia. Sessenta por cento das operações de combustíveis fósseis em África estão sediadas no estrangeiro, a maior parte delas na Europa”, disse, considerando que se assiste a uma “neocolonização no setor da energia”.
Já o ativista Gerance Mutwol convidou os presentes a verem o impacto dos plásticos na capital do Quénia, que acolhe a Assembleia.
"Basta sair daqui, conduzir ou caminhar durante alguns minutos e deparamo-nos com o rio Nairobi e, quando chegamos ao rio, só vemos plásticos", afirmou Mutwol.
"Vimos em muitos casos que, durante a estação das chuvas, as inundações afetam as nossas comunidades e, quando se abre o esgoto, encontramos só plásticos. É assim que os plásticos estão realmente a afetar o nosso modo de vida", sublinhou.
A UNEA-6 reunirá "mais de 5.000 representantes de governos, da sociedade civil e do setor privado" no complexo da ONU em Nairobi até 1 de março, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), com sede em Nairobi.
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