“A Infraestruturas de Portugal informa que entre 00:00 e as 16:00 do dia de hoje circularam 850, dos 880 comboios previstos, representando uma taxa de comboios não realizados inferior a 3,5%. Apesar não ter sido possível que 30 comboios tivessem efetuada a sua marcha, a IP conseguiu assegurar ligações a praticamente todos os destinos”, disse a IP numa informação à imprensa.
Segundo a CP, a paralisação impediu, entre as 00:00 e as 16:00 de hoje, a realizações de 16 comboios regionais, de um total de 218 que estavam programados para este período.
Todos os outros comboios programados pela CP foram realizados, que eram 35 de longo curso, 383 urbanos de Lisboa e 162 urbanos do Porto.
No total a CP realizou 798 comboios no período em análise, contando com os 202 regionais feitos.
Embora a CP seja a principal operadora de transporte ferroviário, a Fertagus também utiliza a infraestrutura ferroviária gerida pela IP para a circulação dos seus comboios.
José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos do Transportes e Comunicações, uma das estruturas que convocou a greve, a decorrer desde as 00:00 e até às 24:00, disse à Lusa que o protesto “teve uma adesão razoável” e que “foi um primeiro sinal do descontentamento dos trabalhadores”.
O sindicalista admitiu que não se registaram grandes transtornos na circulação de comboios, exceto na linha do Oeste, que “esteve completamente parada”.
Os serviços mínimos definidos para a greve de hoje determinavam que os comboios que se encontrassem em circulação à hora do início da greve teriam obrigatoriamente de chegar ao seu destino.
De acordo com a decisão do Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social, têm ainda de ser assegurados os serviços necessários à movimentação do “comboio socorro”.
Para a IP - Infraestruturas, ficou definido que “esta empresa deverá disponibilizar canal para realização do transporte de mercadorias - matérias perigosas, ‘jet fuel’, carvão e bens perecíveis”.
Para a IP – Telecom, S.A., foi decidido que “deverá assegurar os serviços mínimos de telecomunicações de manutenção corretiva e supervisão da rede de telecomunicações por forma a garantir condições de exploração do canal”, o que implica dois trabalhadores dos Field Services Norte, dois trabalhadores dos Field do Sul, dois trabalhadores da Unidade de Comunicações e dois da Unidade de Datacenters& Cloud.
Os sindicatos envolvidos no conflito laboral acusaram a administração da IP e o Governo de não terem consideração para com os trabalhadores das empresas do grupo IP (Infraestruturas; Telecom; Património e Engenharia) e de nada terem feito para encontrar uma solução que “abrisse linhas de negociação das reivindicações e dos problemas dos trabalhadores”.
As estruturas sindicais queixaram-se de não ter sido apresentada pela empresa qualquer proposta que permitisse “abrir um processo de negociação sério, não só em torno da matéria salarial, mas de outras matérias identificadas pelas organizações sindicais”.
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