“A participação demonstra a indignação dos trabalhadores pela falta de diálogo social e desrespeito pelos seus direitos”, disse à agência Lusa o dirigente sindical António Baião, durante uma concentração à entrada dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

Realçando que os índices de adesão “são igualmente elevados” nos hospitais públicos de outras cidades do país, António Baião considerou que “esta greve nacional do SUCH está a ser uma das maiores de sempre”.

A ação, das 00:00 às 24:00 de hoje, envolve os trabalhadores da empresa afetos aos serviços de alimentação, lavandarias, manutenção, resíduos e administrativos, que reclamam aumentos intercalares dos salários e do subsídio de alimentação, ainda em 2023, bem como melhores condições de trabalho, reforço dos quadros de pessoal e atribuição do subsídio de risco a todos.

“O aumento do salário é mais do que merecido”, sublinhou à Lusa António Baião, coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria.

A greve nas dependências do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que inclui os HUC, “tem uma adesão muito perto dos 80% em todos os serviços, sendo assegurados em algumas unidades apenas os serviços mínimos”.

“Apenas será servida a alimentação aos doentes e aos profissionais que estejam em tarefas de não se poderem ausentar na hora de almoço do local de trabalho. Os refeitórios estão encerrados nas unidades de alimentação de Coimbra”, indicou o dirigente.

Entretanto, na lavandaria dos HUC, “poucos trabalhadores, além dos serviços mínimos, estão a trabalhar, até porque paira a dúvida ali sobre o encerramento da lavandaria e deslocação de tudo” para Arazede, no concelho de Montemor-o-Velho.

Também no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, “a adesão é muito forte nos resíduos, lavandaria, alimentação”, enquanto nos serviços de manutenção de Leiria e Viseu “os trabalhadores estão apenas a realizar serviços de necessidade imperativa, mantendo-se em serviços mínimos”, segundo António Baião.

Concentrados junto à porta principal dos HUC, os trabalhadores aprovaram uma moção a alertar para o “aumento brutal do custo de vida”, em que os bens de primeira necessidade “não param de aumentar”, enquanto “as rendas e as prestações bancárias tiveram aumentos brutais”.

“O Estado deu um aumento intercalar nos salários dos trabalhadores da Administração Púbica”, além de lhes ter concedido “uma atualização do subsídio de refeição”, referem.

O SUCH, empresa do setor empresarial do Estado, “paga salários muito baixos” e “recusou reunir-se com os sindicatos para analisar a situação social”, de acordo com o documento.

Na opinião do sindicato e dos seus associados, “a melhoria dos salários e o reforço do quadro de pessoal [do SUCH] é fundamental para defender o Serviço Nacional de Saúde”.