O movimento "Fim ao Fóssil: Ocupa!" informou, na noite de quinta-feira, que estavam "mais de 40 estudantes a acampar dentro da Faculdade de Letras, como demonstração de solidariedade" com os alunos que voltam a tribunal esta sexta-feira, dia 16, por desobediência civil.

"Tal como na noite de 11 de novembro de 2022, Miguel Tamen não aparece na faculdade e delega todas as suas funções à polícia, que já está presente no local. A postura de Miguel Tamen mantém-se mesmo após o Conselho Geral da Universidade de Lisboa ter-se oposto ao método de operações do diretor e ao ato de chamar as Forças de Segurança", foi referido em comunicado enviado às redações.

Foi ainda referido que os ativistas convocaram "uma manifestação de solidariedade" no Campus da Justiça - Edíficio F, às 15h00, momento em que "se inicia a leitura da sentença e possível condenação de ativistas pacíficos que lutam pelo seu futuro e de milhares", defendem.

Na primeira sessão de julgamento, no Tribunal de Pequena Instância Criminal, os quatro ativistas consideraram que as suas detenções pela PSP no dia 11 de novembro, na Faculdade de Letras de Lisboa, resultaram de uma "decisão arbitrária" da direção daquela universidade.

Na altura, os jovens - conhecidos no meio estudantil por "Ana", "Nemo", "Artur" e "Mateus" - alegaram que não estavam a incomodar ninguém com o "protesto pacífico" em defesa do clima, que já durava há dias, quando foram confrontados com a intervenção da polícia para os retirar daquele espaço até às 22:00 daquela sexta-feira, por ordem escrita do diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Miguel Tamen.

Nessa primeira sessão foram ainda ouvidos vários responsáveis da PSP, incluindo o comandante operacional da ação que levou à detenção dos jovens, tendo sido mencionado que a polícia só atuou, primeiro pela negociação e depois pela força para retirar os estudantes, mediante um "pedido por escrito" nesse sentido do diretor da faculdade.

Ouvido pelo tribunal, Miguel Tamen admitiu que, independentemente de outras razões, "era insustentável" ter alunos a pernoitar no fim de semana na Faculdade de Letras de Lisboa, porque ao sábado e domingo a universidade fica "sem segurança".