“Esta noite, pela primeira vez, recebemos uma ordem a afirmar que iremos receber as armas e as munições necessárias para continuar as ações de combate”, disse Prigozhin numa mensagem de áudio transmitida no seu canal do Telegram, citada pela agência EFE.
O líder do grupo Wagner indicou ainda que lhe foi garantido que “tudo será feito” para “que o inimigo ucraniano não ataque” e que o grupo Wagner pode “agir em Artiomovsk [nome russo para Bakhmut] da forma que achar conveniente”.
Prigozhin também afirmou que o general Sergei Surovikin será o responsável por “tomar as decisões sobre as ações de combate de Wagner e a sua comunicação com o Ministério da Defesa”.
As declarações do líder do grupo paramilitar surgem depois de no sábado ter pedido permissão ao exército russo para entregar as posições na cidade ucraniana de Bakhmut às tropas do líder checheno Ramzan Kadyrov, em protesto pela falta de munições.
O líder checheno, Ramzan Kadirov, expressou na sexta-feira a disposição para substituir o Grupo Wagner em Bakhmut com as suas unidades especiais.
Bakhmut, palco desde agosto de 2022 da mais longa e sangrenta batalha da guerra na Ucrânia, é atualmente o principal objetivo da campanha militar russa.
Até agora, os mercenários e ex-presidiários recrutados por Prigozhin tomaram praticamente toda a cidade, onde os defensores ucranianos controlarão apenas 2,5 quilómetros quadrados.
Nas últimas semanas a tensão aumentou entre o grupo paramilitar e os militares russos, com Prigozhin a acusar o Estado-Maior russo de não fornecer munições suficientes ao grupo Wagner para impedir uma vitória que ofuscaria o exército do país.
Num outro vídeo publicado na madrugada de sexta-feira, Prigozhin acusou o ministro da Defesa russo e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de serem responsáveis pelas perdas do grupo paramilitar.
Não é a primeira vez que Prigozhin ameaça a retirada do grupo Wagner de Bakhmut devido à falta de munições.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, de acordo com os seus argumentos – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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