"De novo, às Forças Armadas, uma ordem direta: permitam a entrada da ajuda humanitária necessária para atender as suas famílias, a irmã, mãe, mulher que, com certeza, necessitam de suprimentos e alguns deles, lamentavelmente, com certeza também terão infeções", disse.
Juan Guaidó falava em Caracas, na Universidade Católica Andrés Bello, durante um evento com representantes agroindustriais, da Federação de Produtores de Gado da Venezuela e da Confederação das Associações de Produtores Agropecuários da Venezuela.
Desde o passado 23 de janeiro, dia em que se autoproclamou Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó tem insistido que os militares devem permitir a entrada de ajuda humanitária no país, proveniente de três centros de acolhimento internacionais, no Brasil, na Colômbia e numa ilha das Caraíbas.
A ajuda humanitária internacional destina-se, inicialmente, a atender mais de 300 mil pessoas que estão em risco no país, adiantou segundo Juan Guaidó.
A imprensa venezuelana dá conta da existência de ajuda humanitária na localidade colombiana de Cucúta, nas proximidades da fronteira.
Também que no dia de hoje alegados militares terão bloqueado, do lado venezuelano, uma ponte que liga o país à Colômbia, na localidade de Tienditas.
De acordo com Alba Pereira, da organização não-governamental Between Two Lands, a circulação pela ponte foi bloqueada por funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).
Segundo o deputado opositor venezuelano Franklyn Duarte, os militares bloquearam a estrutura por supor que a ajuda humanitária passaria por lá para entrar na Venezuela.
Para Juan Guaidó, a receção de ajuda humanitária é um "teste" às Forças Armadas Venezuelanas que terão de decidir entre permitir a entrada daquela ou continuar leais, como até agora têm estado, ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, maioritariamente da oposição, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
Segundo as Nações Unidas, desde 2015 mais de 2,3 milhões de venezuelanos abandonaram a Venezuela, para escapar da crise política, económica e social.
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