A última vítima mortal foi Alaa Taher Al Hassanat, jornalista e apresentador da Al Majedat Media Network, que foi morto juntamente com vários membros da sua família num bombardeamento israelita que atingiu diretamente a sua casa, de acordo com depoimentos semelhantes de três meios de comunicação social diferentes.
Outros jornalistas não foram mortos no exercício da sua profissão, mas nas suas próprias casas, atingidos por bombas que caíram nos bairros civis onde viviam.
No dia 27 de outubro, um porta-voz do exército israelita avisou as agências Reuters e France Presse de que não podiam garantir a segurança dos seus jornalistas que trabalhavam na Faixa de Gaza, depois de lhes ter sido pedido que oferecessem alguma forma de imunidade profissional.
Dez dias depois, o Governo israelita acusou alguns jornalistas de cumplicidade nos crimes cometidos pelo grupo islamita palestiniano Hamas no seu ataque surpresa de 07 de outubro contra Israel, por alegadamente terem filmado e documentado parte desses ataques com conhecimento prévio.
A assessoria de imprensa do Governo afirmou a 09 de novembro que a AP, a Reuters, a CNN e o The New York Times deviam dar explicações sobre o facto dos seus jornalistas terem “filmado o assassinato de civis, o abuso de cadáveres e o sequestro de homens e mulheres”, o que consideram que “ultrapassa todas as ‘linhas vermelhas’ profissionais e morais”.
Na semana passada, o CPJ, que tem vindo a documentar todos os jornalistas mortos no conflito desde o início da guerra, recordou, na sua gala anual de entrega dos prémios de liberdade de imprensa, que os jornalistas que cobrem a guerra de Gaza o fazem “em condições terríveis”, com poucos mantimentos e no meio de bombas.
“Apesar da situação, os jornalistas permanecem no local porque sabem que são a única forma de saber o que se está a passar no mundo”, afirmou o apresentador da gala, Omar Jiménez, da CNN, que prestou homenagem a estes repórteres. O Governo israelita tem impedido a entrada de jornalistas em Gaza, com exceção de repórteres integrados nas suas tropas.
O ataque sem precedentes do Hamas contra o sul de Israel em 07 de outubro deixou mais de 1.200 mortos e mais de 240 sequestrados.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com o corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade. As autoridades de Gaza, que são controladas pelo Hamas desde 2007, registaram mais de 13.300 mortos em ataques israelitas.
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