“Não se trata somente de uma guerra travada com as armas, mas também [na frente] da energia, e para tal nós encontrámos uma resposta”, disse Annalena Baerbock, citada pela France-Presse, no congresso do seu partido, os Verdes, que ocorre em Bona, no oeste da Alemanha.

A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã espera, no entanto, que a guerra seja cada vez mais “travada pelo medo e pela divisão”, defendendo que isso é que se deve “evitar”.

A governante referia-se, em particular, a um afluxo de refugiados provenientes de outros países além da Ucrânia, “porque esta guerra é híbrida e outros países participam nela”, acusando a Sérvia de contribuir para um forte aumento das chegadas de migrantes à Europa.

Os Estados-membros da UE, no seu conjunto, acusam aquele país dos Balcãs de ser uma porta de entrada na união para os migrantes turcos, indianos, tunisinos, cubanos e burundeses, que não necessitam de visto para chegar à Sérvia.

Recusando uma situação “onde as pessoas são utilizadas como uma arma”, a Alemanha está novamente em contacto com a Chéquia e Eslováquia para encontrar uma solução contra a reativação ‘de facto’ da ‘rota dos Balcãs’.

A Sèrvia, candidata à adesão à UE desde 2012 mas igualmente próxima da Rússia, encontra-se no itinerário que vai desde a Grécia à Hungria ou Croácia, passando pela Macedónia do Norte ou Albânia.

Centenas de milhares de sírios que fugiam da guerra, afegãos ou irquianos procuraram essa rota durante a crise migratória de 2015.

Desde 2016 e do fecho das fronteiras, o número de passagens baixou consideravelmente, mas está de novo em forte alta este ano.

A Alemanha acolheu cerca de um milhão de refugiados em 2015, durante um afluxo massivo que também contribuiu para o crescimento do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

Desde a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, Berlim já registou a entrada no seu território de cerca de um milhão de refugiados, dos quais uma grande maioria de mulheres e crianças de nacionalidade ucraniana.