Para Washington, a convocação dos dois referendos separados é um sinal de fraqueza russa na Ucrânia e a NATO disse que podem constituir uma “nova escalada da guerra”, para esconder debilidades das forças militares russas.
“A Rússia está a realizar referendos falsos com três dias de antecedência, porque continua a perder terreno no campo de batalha”, disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
“São uma afronta aos princípios de soberania e integridade territorial. (…) Sabemos que serão manipulados e que a Rússia os usará como base para anexar esses territórios, agora ou no futuro”, denunciou o conselheiro de Segurança Nacional.
Para o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, os “simulacros de referendo” organizados pelas autoridades instaladas por Moscovo em quatro regiões da Ucrânia, são “uma nova escalada da guerra de Putin”.
“Esses referendos falsos não têm legitimidade e não mudam a natureza da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, escreveu Stoltenberg na sua conta da rede social Twitter, defendendo que “a comunidade internacional deve condenar esta flagrante violação do direito internacional”.
Os territórios separatistas pró-russos da região de Donbass, na Ucrânia, vão realizar de 23 a 27 de setembro referendos para decidirem sobre a sua anexação pela Rússia, anunciaram hoje as autoridades locais.
Os escrutínios terão lugar nas regiões de Donetsk e Lugansk, cuja independência o Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu pouco antes de lançar a sua ofensiva militar contra a Ucrânia, a 24 de fevereiro.
Respondendo aos apelos das autoridades pró-russas no Donbass, também representantes de um órgão consultivo pró-russo na região de Zaporijia, apenas parcialmente controlada pelas tropas russas, juntaram-se hoje aos seus colegas de Lugansk, Donetsk e Kherson, pedindo a realização imediata de um referendo sobre a sua adesão à Rússia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas
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