“Eu continuo fiel aos ideais da paz, da democracia e da liberdade que sempre me nortearam e aceitarei quaisquer resultados que sejam publicados pelo órgão de gestão eleitoral, Comissão Nacional de Eleições”, afirmou José Mário Vaz, salientando antes o que considerou serem algumas irregularidades.

Algumas das irregularidades apontadas pelo Presidente cessante prendem-se com atraso no cumprimento de prazos eleitorais, nomeadamente publicação dos cadernos eleitorais e funcionamento das assembleias de voto, e de “terem aparecido urnas com votos previamente preenchidos”.

José Mário Vaz falava na sua sede de candidatura, onde fez uma declaração de cerca de 15 minutos, sem direito a perguntas.

“O presidente da CNE e a sua equipa na posse de todos os dados sabem perfeitamente quem realmente deveria estar nesta disputa da segunda volta”, referiu.

Na declaração, o Presidente cessante felicitou também todos os candidatos que participaram nas eleições domingo e desejou “boa sorte” aos dois que vão disputar a segunda volta, marcada para 29 de dezembro.

“Uma chamada de atenção do Presidente da República à comunidade internacional, apesar das irregularidades, aceito o resultado a fim de contribuir para a pacificação da sociedade”, notou.

O chefe de Estado cessante disse também que vai regressar ao setor privado, de onde saiu para a política, mas vai continuar a servir o seu país e o povo.

“Ao transferir a faixa presidencial ao meu sucessor, facto inédito na Guiné-Bissau, farei com orgulho, pois será um marco na democracia da Guiné-Bissau. Eu sairei de cabeça erguida, com a missão cumprida e caminharei pelas ruas desta nossa terra com a consciência tranquila, em paz, porque não matei, não roubei, não menti, não torturei, não violei direitos e cumpri o meu dever enquanto Presidente da República”, frisou.

José Mário Vaz não passou à segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, tendo obtido 12,41% dos votos.

A segunda volta das presidenciais vai ser disputada entre Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embaló.

Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) foi o candidato que obteve maior percentagem de votos, 40,13%, não conseguindo mais de metade para vencer à primeira volta.

Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), foi o segundo mais votado e obteve 27,65% dos votos.