O acervo, iniciado em 1938 por George West, primeiro diretor do British Council em Portugal, é importante para investigadores e estudantes das áreas dos estudos anglo-portugueses e da tradução, sublinha a Gulbenkian, em comunicado, sobre a doação, a formalizar na quinta-feira.

Reunindo 6.041 monografias e 154 fascículos de 83 publicações periódicas, a coleção abrange obras de autores ingleses sobre Portugal, traduções para inglês de autores portugueses e traduções para português de obras em língua inglesa, nomeadamente a primeira tradução inglesa da “Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto (1653), ou “The History of Portugal” (1698), de Faria de Sousa.

Entre os exemplares mais notáveis da coleção – que se encontra integralmente tratada e catalogada – estão traduções de “Os Lusíadas”, de Camões, feitas por Richard Fanshaw (1655) e William Julius Mickle (1776), além de traduções de obras do dramaturgo William Shakespeare.

A doação insere-se no processo de redistribuição das coleções da Fundação Gulbenkian, iniciado após a transformação da sua Biblioteca Geral em Biblioteca de Arte, com o objetivo de “assegurar que os acervos menos relevantes para o foco atual da Fundação sejam transferidos para instituições académicas e culturais adequadas”, explica a instituição, no comunicado.

O contrato de doação será formalizado numa cerimónia na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com a presença do administrador da fundação Guilherme d’Oliveira Martins e do diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Hermenegildo Fernandes.