Guterres “insta todos os intervenientes a acabarem com a violência e a trabalharem em conjunto para trazer a paz e a estabilidade” à República Centro-Africana, indicou o porta-voz adjunto do secretário-geral das Nações Unidas, Farhan Haq, citado num comunicado.
Na mesma nota, Farhan Haq frisou que o secretário-geral da ONU “condena a violência registada no dia 01 de maio em Bangui [capital da República Centro-Africana]” e que pede às autoridades centro-africanas que “levem rapidamente os responsáveis à justiça".
Fontes médicas locais avançaram na quarta-feira que pelo menos 24 pessoas foram mortas e outras 170 ficaram feridas durante confrontos registados na terça-feira em Bangui.
No comunicado, o porta-voz acrescentou ainda que Guterres condena tais atos, declarando que “não há justificação para a incitação à violência ou ao ódio” naquele país e que continua “preocupado com a retórica inflamada que parece prevalecer”.
O Presidente da República Centro-Africana, Faustin-Archange Touadéra, denunciou na quarta-feira, diante do arcebispo de Bangui, Dieudonné Nzapalainga, a instrumentalização da religião para fins políticos por grupos armados.
Na terça-feira, o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) informou que militares portugueses destacados na missão das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA) tinham estado envolvidos, nesse mesmo dia, numa troca de tiros em Bangui, durante numa operação de proteção de civis.
Portugal é um dos países que integra a MINUSCA. No início de março, a 3.ª Força Nacional Destacada (FND) partiu para a República Centro-Africana: um contingente composto por 138 militares, dos quais três da Força Aérea e 135 do Exército, a maioria oriunda do 1.º batalhão de Infantaria Paraquedista.
Estes militares juntaram-se aos 21 que já estavam no terreno, sediados no aquartelamento de Bangui, desde o dia 18 de fevereiro.
A República Centro-Africana é um país atormentado por um conflito desde 2013.
As autoridades centro-africanas apenas controlam uma pequena parte do território nacional. Num dos países mais pobres do mundo, vários grupos armados disputam províncias pelo controlo de diamantes, ouro e gado.
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