“Dezenas de pessoas – muitas mulheres e crianças – foram mortas e feridas quando procuravam refúgio nas instalações da ONU”, disse António Guterres, em comunicado.
Segundo dados divulgados hoje pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, mais de meia centena de pessoas foram mortas num dos ataques na escola Tal Az Zaatar, em Beit Lahia, perto da fronteira com Israel, no extremo norte da Faixa.
A agência recordou que entre 07 de outubro, dia em que começaram as hostilidades entre Israel e o Hamas, e 16 de novembro, pelo menos 71 deslocados internos foram mortos e 573 feridos em ataques a abrigos da UNRWA em toda a Faixa de Gaza.
Na sua declaração, Guterres insistiu na “inviolabilidade” das instalações da ONU no enclave palestiniano, onde centenas de milhares de pessoas procuram refúgio dos incessantes bombardeamentos israelitas e da intensificação dos combates.
“Esta guerra está a causar todos os dias um número impressionante e inaceitável de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças. Isto tem de acabar. Reitero o meu apelo a um cessar-fogo humanitário imediato”, defendeu o secretário-geral.
Guterres agradeceu também ao Qatar pela sua mediação no conflito. O país árabe está a liderar as negociações entre Israel e o Hamas para libertar 50 reféns, principalmente mulheres e crianças, em troca da libertação de mulheres e crianças palestinianas detidas nas prisões israelitas e de um cessar-fogo temporário de cinco dias.
Uma fonte do Hamas disse à EFE que ambas as partes estão perto de chegar a um acordo de troca de prisioneiros, segundo o qual o grupo palestiniano libertaria mulheres e crianças israelitas em troca de o Estado judeu fazer o mesmo com as mulheres e crianças palestinianas detidas nas prisões israelitas.
De acordo com a fonte, já existe um “acordo preliminar” para efetuar esta troca de civis, mas “há desacordo quanto ao número”, uma vez que “o Hamas quer libertar 50, enquanto Israel insiste em libertar 100 detidos”.
O The Washington Post noticiou no sábado que o acordo poderia entrar em vigor nos próximos dias, permitindo a primeira pausa sustentada na ofensiva israelita no enclave desde o início da guerra.
O acordo também facilitaria a entrada de ajuda humanitária através da passagem de Rafah, na fronteira entre o Egito e Gaza.
Hoje, o conselheiro adjunto para a segurança nacional, Jonathan Finer, disse ao canal NBC News que os Estados Unidos estão “mais perto” do que nunca em fechar um acordo, embora se tenha recusado em especificar o número de reféns a libertar, apontando para mais de 12.
O acordo, segundo o responsável, visa igualmente a suspensão dos bombardeamentos em Gaza.
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