Numa declaração que durou cerca de dois minutos, Guterres disse que só “concretizando a visão de dois estados a viver lado a lado, em paz, segurança e reconhecimento mútuo, com Jerusalém como a capital de Israel e da Palestina” é que “as aspirações legítimas de ambos os povos serão alcançadas.”

“Quero deixar isto bem claro: não há alternativa para a solução de dois estados. Não há plano B”, garantiu o secretário-geral.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu hoje Jerusalém como capital de Israel, afirmando que “há muito que já deveria ter sido tomada” esta decisão.

Na sua declaração, que aconteceu minutos depois do anúncio da decisão por Trump, António Guterres disse ainda que a situação de Jerusalém “é uma questão de estatuto final que dever ser resolvida através de negociações diretas entre as duas partes, com base em resoluções relevantes do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral, tendo em conta as preocupações legitimas do lado palestino e israelita”.

Os Estados Unidos transformam-se hoje no único país do mundo a reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação da parte oriental conquistada em 1967.

Israel considera a Cidade Santa a sua capital “eterna e reunificada”, mas os palestinianos defendem pelo contrário que Jerusalém-leste deve ser a capital do Estado palestiniano ao qual aspiram, num dos principais diferendos que opõem as duas partes em conflito.

Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.

Uma lei norte-americana de 1995 solicitava a Washington a mudança da embaixada para Jerusalém, mas essa medida nunca foi aplicada, porque os Presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama adiaram a sua execução, a cada seis meses, com base em “interesses nacionais”.