“Um mês após os horríveis acontecimentos de 07 de outubro, o secretário-geral reitera a sua total condenação dos atos de terror cometidos pelo Hamas em Israel para os quais não pode haver qualquer justificação”, disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.
“Ele nunca esquecerá as imagens horríveis de civis mortos e mutilados e de outros arrastados para o cativeiro. Reitera o seu apelo à sua libertação imediata e incondicional”, acrescenta a nota.
Guterres “continua extremamente angustiado com a morte de civis em Gaza e com a catástrofe humanitária que continua a desenrolar-se em Gaza, com um custo inimaginável para os civis”, assinalou o porta-voz, reiterando os apelos do secretário-geral a um “cessar-fogo humanitário imediato”.
O líder das Nações Unidas tem feito nas últimas semanas apelos por um cessar-fogo humanitário na guerra de Israel e do Hamas que transformou a Faixa de Gaza “um cemitério de crianças” palestinianas, segundo as suas palavras.
Declarações como esta têm desencadeado críticas de Israel a Guterres, com o Governo de Telavive a pedir a sua demissão do cargo de secretário-geral da ONU por considerar que está a justificar e a defender as ações do Hamas, um grupo considerado terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
No seu mais recente discurso na ONU, na segunda-feira, Guterres afirmou que enquanto o exército israelita “continua a bombardear e a espancar civis, hospitais, campos de refugiados, mesquitas, igrejas e edifícios da ONU”, o Hamas “usa civis como escudos humanos”.
Para Guterres, o caminho a seguir é “um cessar-fogo humanitário” e todas as partes estão a cometer violações do direito internacional humanitário.
O movimento islamita palestiniano Hamas realizou um ataque surpresa contra Israel em 07 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos, além dos mais de 200 reféns, de acordo com as autoridades israelitas.
A retaliação de Israel contra a Faixa de Gaza começou logo depois, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira passada o cerco à cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas já fez, na Faixa de Gaza, mais de 10.000 mortos, entre os quais mais de 4.000 crianças, mais de 25.400 feridos e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais, controladas pelo Hamas.
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