Rustam Sagdatulin é o CEO da Petvisa. Russo, de 33 anos, veio a Lisboa, e à Web Summit, para apresentar a sua startup, totalmente direcionada para os cães.
Nunca perdeu um, mas conhece muita gente que ficou sem o seu adorado animal de estimação. A ideia surgiu-lhe quando "estava a estudar" e leu "um artigo numa revista norte-americana" sobre o número de animais que se perdem todos os anos. Foi atrás de uma ideia que tinha de "ser inovadora e não apenas mais uma" e surgiu-lhe, em 2020, a Petvisa.
"É uma aplicação baseada em inteligência artificial. Criamos um passaporte digital para os cães, facilitando a sua localização caso eles acabem por desaparecer", diz Rustam, salientando o que esta sua aplicação difere de outras.
"Há os chips, mas muitas vezes esses deixam de funcionar ou são retirados, se alguém quiser ficar com o animal, pois muitos não são ativados ou as pessoas simplesmente não fazem qualquer manutenção aos mesmos. A Petvisa cria impressões digitais numa plataforma que está acessível em todo o mundo", começa por dizer o CEO, descrevendo como são criadas essas tais impressões digitais.
"Todos nós temos impressões digitais que são únicas, não há nenhuma que se repita. Os cães também as têm, neste casos a ponta do nariz, a parte especifica que não tem pelos. Cada cão tem um padrão único na ponta do nariz que não se altera a partir dos dois meses de idade. O que fazemos é criar uma base de dados dos animais, tornando mais fácil encontrá-lo", refere.
De acordo com estudos, todos os anos mais de 20 milhões de cães perdem-se dos seus donos e cerca de 20% nunca regressam a casa, ou seja, quatro milhões de animais. Rustam quer ajudar a que estes números cresçam substancialmente.
"São números muito elevados, muitos pensam que são os donos que não se preocupam com o desaparecimento, mas não. Torna-se muito difícil encontrá-los sem grandes dados. Os próprios centros de acolhimentos ou veterinários não têm acesso a nenhuma base de dados e é isso que queremos criar. O nosso serviço garante que quem queira possa ter acesso aos dados que colocamos na nossa base de dados, as tais impressões digitais, e a descoberta do animal será precisa", diz Rustam, que só cobra o serviço quando o animal for encontrado.
"Não somos nenhum detetives, nem podemos ser quando há tantos milhões de animais desaparecidos, procuramos apenas ajudar. Disponibilizamos um serviço, ajudamos também com anúncios em todos os recursos populares e só quando o animal for encontrado é que cobramos o mesmo. Não procuramos dinheiro, procuramos chamar a atenção para a situação dos animais de estimação e contribuir para o desenvolvimento de uma cultura amiga dos cães, cuja essência é criar condições de vida confortáveis para os cães e para os seus donos dentro da nossa comunidade", salientou o russo.
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