A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) adiantou hoje ao semanário Expresso que há no país entre 20 a 30 esquadras em funcionamento que têm apenas um agente alocado num dos turnos.

Para não colocar em risco a segurança dos agentes, o semanário não revela quais são as esquadras afetadas por falta de pessoal — mas noticia que os piores casos estão nos comandos distritais de Leiria, Santarém, Açores, Porto e Vila Real assim como em esquadras da divisão de investigação criminal.

Em Leiria, por exemplo, há cinco esquadras com apenas um polícia de serviço, sendo que em Santarém é ainda pior: todas, excepto uma, têm apenas "três elementos em turnos noturnos, ou seja, com um único elemento no interior da esquadra", adianta a ASPP/PSP.

Estes dados, afirma o sindicato, já foram transmitidos ao diretor nacional da PSP, o superintendente-chefe Magina da Silva. A instância superior admitiu ao Expresso que há dificuldades de alocamento de pessoal, mas não confirma os valores que foram dados ao jornal.

"Há condições para melhorarmos o apoio prestado aos concidadãos. A divulgação deste tipo de informação, verídica ou não, constitui um muito relevante óbice de segurança que a todos deverá preocupar, tanto quanto a situação em apreço", disse a direção da PSP.

Além de se repetirem "ocorrências policiais com polícias que continuam a trabalhar isolados, quer seja no interior de esquadras, quer seja no exterior e em turnos noturnos", Paulo Santos, presidente da ASPP/PSP, diz que se tem registado "uma escalada de intensidade no comportamento por parte de alguns cidadãos, o que associado ao sentimento de impunidade e ainda sabendo desta fragilidade, tudo se agudiza".