De acordo com o Jornal de Notícias (JN), foram registadas, desde 2019, mais de 10500 ocorrências nas escolas, só nos primeiros seis meses de cada ano.
Só no ano passado houve nota de 2617 ocorrências no primeiro semestre. Destas, 736 são não criminais e 1881 criminais. Segundo o jornal, os crimes mais reportados à Escola Segura foram ofensas corporais, injúrias e ameaças e furtos.
Mas o que leva a estes episódios? "Os jovens estão constantemente a ser confrontados com casos de violência que entram nas suas casas e nas suas vidas, seja através das redes sociais ou da televisão, até pelas situações de guerra que vivemos. Estes jovens têm vivido e crescido numa sociedade em que o acesso à violência é frequente e visível", refere ao jornal Maria João Cosme, psicóloga clínica do Instituto de Apoio à Criança.
Além disso, há também situações em que os jovens têm em casa "um modelo educativo autoritário, rígido, onde muitas vezes a violência física e verbal é utilizada". Nesse sentido, acabam por repetir nas escolas o que vivem em família.
Por sua vez, defende a psicóloga, a pandemia "penalizou o desenvolvimento saudável dos adolescentes, não só pelo tempo que não estiveram com amigos na rua e fora de casa, mas também por tudo aquilo que podem ter absorvido através das redes sociais".
Quanto à solução, Filinto Lima, presidente da Associação Nacional dos Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas, acredita que passa pelo maior acompanhamento. "Nos próximos anos, o Ministério da Educação deve estar cada vez mais atento a este problema e as parcerias que temos com os centros de saúde, a PSP, GNR, hospitais e CPCJ devem ser fortalecidas".
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