Cerca de 21 mil professores não têm escola atribuída a dois dias do início do ano letivo, segundo os cálculos do Público, realizados com base nas listas de segunda reserva de recrutamento de 2024/2025, enquanto que em agosto eram 19.392.

As reservas de recrutamento são concursos nacionais de colocação de professores, que se realizam a seguir ao concurso de contratação inicial e que estão abertos todo o ano letivo para tentar responder às necessidades que vão surgindo nas escolas.

Este mês já foram realizados dois, onde foram colocados cerca de 4400 professores contratados: 1962 a 2 de setembro e 2500 na passada segunda-feira.

O aumento registado nas listas de não colocados da segunda reserva de recrutamento volta a aproximar-se do seu valor inicial (candidataram-se, inicialmente, 21.803 docentes), o que poderá justificar-se pela necessidade de substituir os professores que, entretanto, se reformaram (458 em setembro), os que entraram em baixa médica ou os que recusaram a colocação que lhes foi atribuída.

Maior e menor carência de professores

Os lugares que ficam por preencher nas reservas de recrutamento passam para a contratação das escolas. Aqui, os candidatos podem escolher diretamente a escola e o horário a que se candidatam.

Entre a reserva de 2 de setembro e a da passada segunda-feira, 76 docentes contratados foram retirados das listas nacionais por terem aceitado colocação em contratação de escola.

No entanto, o aumento do número de professores por colocar não se regista em todas as disciplinas. Em Informática, uma das disciplinas com mais falta de docentes, sobram apenas 32 docentes nas listas.

Pelo contrário, os grupos da educação pré-escolar, 1.º ciclo e de Educação Física são os que têm mais professores por colocar: nos dois primeiros estão por colocar cerca de 8900 professores e no último perto de dois mil.

A partir dos dados divulgados pelos especialistas da Educação, o Público dá ainda conta de que 2500 destes professores agora colocados, 1936 vão ocupar horários temporários ou seja, que não têm duração anual e que, geralmente, são os horários pedidos para substituição de professores de baixa médica.

Já no que diz respeito aos professores do quadro, mais 453 ficaram agora com horas de aulas atribuídas. Dos 1611 que partiram para as reservas de recrutamento como horários-zero (sem alunos), restam perto de 200 nesta posição.