Questionado sobre o relatório da Autoridade da Concorrência (AdC), que identifica barreiras à entrada e à expansão no mercado de gás natural passíveis de afetarem a concorrência no segmento dos clientes industriais, o governante disse que o Governo está a olhar para as recomendações "com interesse e disponibilidade".

"Nos últimos dois anos, o preço do gás natural desceu mais de 30% para as empresas", afirmou, admitindo que "há muito a fazer no caso do gás natutral".

Em declarações aos jornalistas, Jorge Seguro Sanches adiantou que se está a trabalhar "para o bom funcionamento do Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) de Sines", referindo que é uma questão que tem a ver com o regulador (a ERSE).

Segundo a Concorrência, o terminal de GNL de Sines comporta "elevados custos de acesso para pequenos operadores", recomendando que sejam tomadas medidas para fomentar a utilização desta infraestrutura.

No relatório divulgado na quarta-feira, a Concorrência identifica barreiras sobretudo de natureza estrutural, num mercado liderado pela Galp, destacando a insuficiente integração de mercados ao nível ibérico e a dupla aplicação das tarifas de uso da rede de transporte no comércio transfronteiriço entre Portugal e Espanha.

"O efeito conjunto destas barreiras restringe a capacidade dos comercializadores para importar gás natural por via terrestre a preços competitivos e limita a utilização do Terminal de GNL de Sines, penalizando a competitividade do Sistema Nacional de Gás Natural (SNGN) e, consequentemente, os preços finais a clientes industriais", refere o organismo liderado por Margarida Matos Rosa.