“A permissão das autoridades de ocupação sionistas para que grupos de colonos assaltem o recinto da Esplanada das Mesquitas na quinta-feira é brincar com o fogo”, e poderá “arrastar a região para uma escalada em que a ocupação [israelita] assumirá toda a responsabilidade”, alertou em comunicado a organização, que controla a Faixa de Gaza.
Segundo o diário digital local Times of Israel, grupos nacionalistas israelitas planeiam aceder amanhã ao complexo, o terceiro local mais sagrado para o islão, o primeiro para o judaísmo e um dos principais epicentros do conflito israelo-palestiniano.
Nas últimas semanas, o recinto, situado nas muralhas da Cidade Velha, em Jerusalém Leste ocupada por Israel, tem sido um dos focos de uma nova escalada de violência deste prolongado conflito.
A violência coincidiu com o mês sagrado muçulmano do Ramadão, envolvendo confrontos entre palestinianos e a polícia israelita durante três sextas-feiras consecutivas.
Perante a situação, o Hamas apelou à população palestiniana que se concentre em Al Aqsa e Jerusalém para “defender a identidade, religião e o primeiro santuário” palestiniano.
“Os projetos para judaizar os nossos lugares sagrados não passarão e não conseguirão os seus objetivos maliciosos”, assegurou o Hamas, que em 2021 enfrentou Israel durante uma dura escalada bélica de 11 dias, antecedida por protestos e distúrbios em Jerusalém e na Esplanada das Mesquitas.
Na segunda-feira, as Brigadas Al Qasam, o braço armado do Hamas, reivindicaram a autoria do ataque de sexta-feira passada no colonato judaico de Ariel, na Cisjordânia ocupada, que provocou a morte de um israelita.
“O ataque foi efetuado em resposta à brutal agressão da ocupação contra a bendita mesquita de Al Aqsa e seus fiéis”, justificou a milícia.
Israel registou desde finais de março vários ataques cometidos por palestinianos ou árabes-israelitas, com um balanço de 15 mortos, mas até agora nenhuma destas ações tinha sido reivindicada pela ala militar do Hamas.
Segundo o Times of Israel, grupos nacionalistas israelitas que pretendem deslocar-se na quinta-feira à Esplanada das Mesquitas planeiam hastear a bandeira e entoar o hino israelita para celebrar o Dia da Independência, uma atitude que os palestinianos encaram como uma grave provocação num dos locais mais sensíveis do conflito.
Numa primeira reação, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita reagiu por Twitter e assegurou que se estavam a difundir “notícias falsas” pelas redes sociais.
“Não há alterações no ‘status quo'” na Esplanada das Mesquitas e na Cidade Velha de Jerusalém, disse o ministério, ao indicar que as deslocações e judeus ao recinto têm sido “prática normal” desde há anos, “em pequenos grupos e horários preestabelecidos”.
“Estas visitas não vão parar, apesar das tentativas de grupos terroristas e elementos extremistas de incitar à violência”, acrescentou o comunicado.
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