Numa gravação áudio, Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Ezzedine al-Qassam, condicionou igualmente a libertação dos reféns israelitas detidos em Gaza à “cessação da agressão”, referindo-se à guerra desencadeada contra o Momento de Resistência Islâmica (Hamas) desde 7 de outubro, em represália pelo seu ataque sangrento contra o território israelita.

“O objetivo do inimigo de eliminar a resistência está condenado ao fracasso. Esta é uma realidade que se está a tornar indiscutível”, disse o porta-voz na gravação.

“Se o inimigo quer os seus reféns vivos, não tem outra escolha senão parar a agressão”, acrescentou, colocando o fim das hostilidades como condição para iniciar negociações através de intermediários com vista à libertação dos reféns em troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

Obeida afirmou também que a continuação da guerra levaria à morte de reféns israelitas nos bombardeamentos israelitas.

Pouco depois da gravação do porta-voz, o braço armado do Hamas difundiu um vídeo que mostrava três reféns israelitas vivos e que disse terem sido posteriormente mortos em ataques israelitas.

A recente guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada após um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 7 de outubro.

No total, 1.140 pessoas, na maioria civis, foram mortas nesse dia, segundo uma contagem da agência noticiosa AFP a partir dos últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem em Gaza.

Em represália, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita, bombardeia desde 7 de outubro a Faixa de Gaza, onde segundo o governo local do Hamas já foram mortas pelo menos 20.000 pessoas, na maioria civis, destruídas a maioria das infraestruturas e perto de 1,8 milhões forçadas a abandonar as suas casas.

Desde 7 de outubro, mais de 280 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste, ocupados pelo Estado judaico.

As autoridades israelitas indicaram hoje que o seu Exército perdeu 134 homens desde o início da ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, em 27 de outubro.