Segundo a mesma fonte, a leitura da decisão do coletivo de juízes, presidido por Noé Bettencourt, está prevista para as 14:00.

As alegações finais do julgamento iniciaram-se na terça-feira, com a procuradora do Ministério Público (MP) Rita Brandão a pedir a condenação dos 27 arguidos, embora deixando cair alguns dos crimes de que vinham pronunciados Hugo Magriço e João Vaz, entre outros dos acusados.

Nesse dia, vários advogados de defesa pediram a absolvição dos seus constituintes, contestando o crime de discriminação racial e outros ilícitos imputados aos arguidos, admitindo, em alguns casos, apenas posse de arma proibida ou de estupefacientes.

Os advogados criticaram, na altura, o que consideram ter sido uma "acusação tardia", que levou a que o julgamento se realizasse volvidos oito anos sobre os factos acusatórios.

Por seu lado, os advogados dos ofendidos pediram, nas alegações finais, a condenação integral dos arguidos a quem o MP imputa a participação nos atos de agressão e tentativa de homicídio, entre outros crimes, pedindo ainda que sejam condenados por danos morais e patrimoniais.

Os 27 arguidos foram julgados por crimes de ódio racial e sexual, ofensas corporais, incitamento à violência, tentativa de homicídio, tráfico de droga e posse de arma proibida.

Os arguidos conotados com o movimento Portugal Hammerskins (PHS) – grupo que exalta a superioridade branca – estão acusados pelo MP de terem agredido violentamente várias pessoas na zona da Grande Lisboa, entre homossexuais, imigrantes e militantes comunistas.

Segundo o MP, ficou “suficientemente indiciado que os arguidos agiram com o propósito de pertencer a um grupo que exaltava a superioridade da ‘raça’ branca face às demais raças, sabendo que, pertencendo a tal grupo deveriam desenvolver ações violentas contra as minorias raciais, assim como contra todos aqueles que tivessem orientações sexuais e políticas diferentes das suas”.

“Imbuídos de tal ideologia, desde pelo menos 10 de junho de 2015, os arguidos passaram a atuar de acordo com a mesma, agredindo e ofendendo pessoas com ideais políticos, raça, religião ou orientação sexual distintos dos seus e incentivando ao ódio e à violência contra aqueles”, diz a acusação.

Uma das situações descritas na acusação e que data de 2015 são os insultos e as agressões que incidiram sobre um militante do PCP que saía de um comício daquele partido e que trazia uma bandeira da CDU.

Este grupo foi desmantelado no decorrer de uma operação da Unidade Nacional Contraterrorismo da Polícia Judiciária (PJ) em 2016.