Os duques de Sussex anunciaram num comunicado que tencionam recuar nas funções que exercem enquanto membros da família real britânica e trabalhar no sentido de se tornarem "financeiramente independentes".
"Depois de muitos meses de reflexão e de discussão interna, decidimos fazer a transição este ano de forma a planear progressivamente um novo papel na instituição", pode ler-se no comunicado. "Tencionamos recuar no nosso papel de membros de topo da família real e trabalhar no sentido de nos tornarmos financeiramente independentes continuando a dar total apoio a Sua Majestade a Rainha".
"É com o encorajamento, sobretudo dos últimos anos, que nos sentimos preparados para fazer este ajustamento", acrescentam. "Planeamos repartir o nosso tempo entre o Reino Unido e a América do Norte, continuando a honrar os nossos deveres com a Rainha, a Commonwealth e aqueles de quem somos patronos".
"Esta repartição geográfica irá permitir-nos criar o nosso filho com respeito pela tradição real na qual nasceu, ao mesmo tempo que dá espaço à nossa família para se focar no capítulo seguinte, incluindo o lançamento da nossa nova entidade de caridade".
Sobre o futuro fica a mensagem: "Estamos ansiosos por partilhar todos os detalhes desta entusiasmante etapa em curso, da mesma forma que continuamos a colaborar com Sua Majestade a Rainha, o Princípe de Gales, o Duque de Cambridge e todas as partes relevantes. Até lá, aceitem por favor a nossa gratidão pelo vosso apoio de sempre".
"Perdi a minha mãe e agora estou a ver a minha mulher a ser vítima das mesmas forças poderosas"
A imprensa britânica refere que a decisão surge depois de vários meses em que o casal revelou sinais de insatisfação com o papel que lhe estava atribuído e que com o nível de escrutínio que enfrentava.
Em outubro do ano passado, Meghan Markle iniciou mesmo procedimentos legais contra o jornal inglês Mail on Sunday depois de este meio de comunicação ter publicado uma carta manuscrita que tinha enviado ao pai. Ao mesmo tempo, Harry fez uma comunicação pública em que denunciava o que considerou "bullying" contra a mulher. O príncipe foi claro ao dizer que não podia continuar a ser uma "testemunha silenciosa do "sofrimento privado" de Meghan, acrescentado que o seu "maior receio era que a história se estivesse a repetir", numa alusão ao que aconteceu com a sua mãe, a princesa Diana.
“Chega um ponto em que a única coisa a fazer é manifestar-nos contra este comportamento porque destrói pessoas e destrói vidas. Colocando da forma mais simples, é bullying que assusta e silencia pessoas. Todos sabemos que não é aceitável, a qualquer nível. Não vamos nem podemos acreditar num mundo onde ninguém é responsabilizado por isso".
"Perdi a minha mãe e agora estou a ver a minha mulher a ser vítima das mesmas forças poderosas", afirmou.
Em declarações à BBC, Dickie Arbiter, ex-assessor de imprensa do Palácio de Buckingham afirmou que a decisão mostra que "o coração de Harry está a mandar na sua cabeça". Considerando que a pressão mediática aquando do filho do casal, em maio de 2019, poderá ter desempenhado um papel determinante na decisão agora anunciada, Arbiter comparou o anúncio de hoje ao de Eduardo VIII quando abdicou do trono em 1936 para se casar com a americana Wallis Simpson. "É o único precedente mas não há nada como isto nos tempos modernos", disse.
Canadá, próximo destino?
No Natal, o casal fez uma pausa nos deveres reais e esteve no Canadá com o filho. No regresso ao Reino Unido, nesta terça feira, Harry e Meghan visitaram a Casa do Canadá em Londres para agradecer ao país a hospitalidade "inacreditável" com que tinham sido recebidos.
Ainda no Canadá, Meghan tinha já dito que estavam a passar uns "dias incríveis" e a apreciar a "beleza do Canadá". A princesa viveu e trabalhou em Toronto durante os anos em que protagonizou a série de televisão "Suits" e todas estas referências fazem a imprensa antecipar que o Canadá possa ser um dos destinos onde o casal tenciona passar algum tempo.
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